MANAUS (AM) – João Pedro de Oliveira Rosa Rodrigues, conhecido como “Paulista”, foi condenado a 168 anos de prisão pelo Tribunal do Júri de Manaus na quinta-feira (3). A sentença refere-se ao seu envolvimento no massacre ocorrido na cadeia pública Raimundo Vidal Pessoa em 8 de janeiro de 2017. Só nas mãos de Paulista, quatro morreram e seis foram vítimas de tentativa de homicídio.
O julgamento, presidido pelo juiz Diego Daniel Dal Bosco, contou com a apresentação de vídeos da rebelião e depoimentos de testemunhas. O Ministério Público do Amazonas, representado pelo promotor Marcelo Bitarães de Souza Barros, conseguiu comprovar a participação de “Paulista” nos crimes de homicídio qualificado contra Tássio Caster de Souza, Rildo Silva do Nascimento, Fernandes Gomes da Silva e Rubiron Cardoso de Carvalho, além das tentativas de assassinato de outros seis detentos.
A defesa, liderada pela advogada Rosana Maria Fernandes Assis Assam, tentou negar a autoria dos crimes, mas não conseguiu reverter a decisão do júri. “Paulista”, que já cumpria pena de 24 anos e 8 meses por outros crimes, terá que cumprir a nova sentença em regime fechado. Apesar da condenação de 168 anos, a legislação brasileira estabelece o limite máximo de 30 anos de prisão.
O massacre na Cadeia Vidal Pessoa foi uma retaliação aos ataques ocorridos dias antes no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), quando mais de 50 presos de uma facção rival foram executados. O caso revelou a intensa violência entre facções no sistema prisional do Amazonas em 2017.