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Ex-menor infrator que ganhou prêmio científico comemora repercussão

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São Paulo – Ver a própria história se tornar motivo de estímulo para menores infratores se dedicarem ao estudo é motivo de orgulho para Jonathan Felipe da Silva. Aos 18 anos, após ser interno da Fundação Casa, em Araçatuba, em São Paulo, por sete meses, ele deu a volta por cima e conquistou, em maio, o prêmio de revelação da Feira de Ciências da Secretaria de Educação de São Paulo. Com um projeto que usa resíduo de giz escolar para equilibrar a acidez do solo, ele se tornou exemplo para quem deseja inovar e celebra o próprio sucesso.

— Me deixa contente saber que as pessoas estão gostando da minha história. Todo mundo agora me dá os parabéns. Agora, dizem que sou esperto — diz o estudante, que atualmente cursa o terceiro ano do Ensino Médio em uma instituição de ensino público no bairro Alvorada, em Araçatuba. — É bom saber que influencio alguns dos meninos (da Fundação Casa) a fazer esse tipo de trabalho.

Através de redes sociais, a história de Jonathan tem sido compartilhada como exemplo. “Bandido bom é bandido com alguma oportunidade para ser algo diferente de bandido”, comentaram internautas.

Na competição da qual saiu vitorioso participaram alunos dos ensinos fundamental e médio de mais de 200 escolas de São Paulo. O trabalho de Jonathan foi um dos finalistas da edição de 2016.

Na Fundação Casa, nós temos aulas. Numa delas, de química, a professora falava sobre a acidez de laranjeiras. Foi daí que veio a ideia do projeto desse produto (para tirar acidez do solo). A gente demorou 7 meses pra elaborá-lo. Depois, a professora me ligou feliz pra dizer que a gente conseguiu (ser premiado) — conta Jonathan, que está fora da Fundação Casa há cerca de três meses: — Isso me deixou feliz porque tinha conseguido fazer algo por mim.

Jonathan Felipe da Silva comemora prêmio recebido em feira de ciência Foto: Divulgação / Daniel Guimarães/A2IMG

Jonathan conta que foi apreendido durante um abordagem policial na casa onde morava. Ele havia comprado uma moto ilegal com amigos e desmanchava o veículo no momento em que foi pego.

— O ruim de lá (a Fundação Casa) é que eu fiquei longe da minha família, dos meus amigos. Mas fui bem tratado, respeitado e pude estudar. Tem males que vem para o bem — conta.

O rapaz lembra que, ao receber o prêmio, se emocionou ao ver sua mãe subir ao palco, também emocionada, para congratulá-lo.

— Minha mãe me abraçou e me beijou. Ela ainda hoje pede pra eu continuar insistindo no estudo para ser alguém na vida. E é isso que eu quero — diz.

Jonathan já está cheio de planos para o futuro. Além de finalizar o projeto do composto feito com giz escolar, ele pretende fazer o Exame Nacional do Ensino Médio para, no próximo ano, tentar uma vaga em uma instituição de ensino superior.

Jonathan comemorou prêmio ao lado da mãe, que se emocionou

— Eu quero estudar Veterinária porque adoro animais. Quero ir bem no vestibular porque quero continuar estudando. Não penso em desistir — conclui Jonathan, que atualmente mora com a mãe e o padastro, em Araçatuba.

Com informações Extra a

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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