MANAUS (AM) – Novas informações sobre a morte de Benício Xavier, de 6 anos, morto após receber dose de adrenalina no Hospital Santa Júlia, em Manaus, foram reveladas nesta sexta-feira (5). O delegado Marcelo Martins afirmou que uma técnica de enfermagem depôs à polícia dizendo ter alertado a colega Raíza Bentes Paiva para não aplicar adrenalina por via intravenosa na criança. A testemunha também relatou que a profissional já havia sido trocada de plantão anteriormente por oferecer resistência a recomendações de colegas.
Segundo o depoimento colhido pela Polícia Civil, a técnica afirmou que entregou a Raíza o kit de nebulização, procedimento indicado para o quadro de Benício, e a advertiu que a aplicação endovenosa de adrenalina é destinada apenas a casos de parada cardiorrespiratória, condição que o paciente não apresentava. A dosagem da medicação, conforme a polícia, correspondia à via de nebulização.
“Ela foi avisada duas vezes, pela mãe e pela colega”, declarou o delegado Marcelo Martins. A testemunha também relatou que, em momento posterior, Raíza teria admitido que “teimou” e realizou a aplicação intravenosa mesmo contra as orientações recebidas tanto pela colega quando pela mãe do garotinho, insistindo em seguir a prescrição médica sem confirmar Juliana Brasil, responsável pelo atendimento pediátrico de Benício.
O delegado ressaltou que as contradições entre os relatos da médica e da técnica Raíza motivaram a acareação realizada na quinta-feira (4). Agora, as versões serão confrontadas com os novos depoimentos colhidos pela investigação.
Suspensão
Na segunda-feira (1º), o Conselho Regional de Enfermagem do Amazonas (Coren-AM) já havia suspendido de forma cautelar o exercício profissional de Raíza. Em decisão unânime, a Câmara de Ética do Conselho entendeu que a profissional infringiu o regulamento do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). O coordenador da câmara, Zilmar Filho, justificou a medida citando “a extrema gravidade dos fatos imputados” à técnica.
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