ALAGOAS – No Fórum do Barro Duro, em Maceió, o júri popular de Albino Santos de Lima, conhecido como serial killer de Alagoas, com 18 vítimas nas costas, foi marcado por declarações chocantes do réu nesta sexta-feira (6). Acusado pelo feminicídio de Louise Gbyson Vieira de Melo, mulher trans assassinada com tiros na cabeça em novembro de 2023, o criminoso afirmou ter agido movido pelo “fogo do arcanjo Miguel”, alegando que seu corpo teria sido apenas um instrumento divino.
Em sua defesa, Albino sustentou que recebia ordens diretas do arcanjo, que o teria escolhido por sua “habilidade para matar”. A tese, no entanto, foi rebatida pelo promotor Vilas Boas, do Ministério Público de Alagoas, que apresentou laudo pericial atestando a plena imputabilidade do acusado. “O tribunal do júri não é lugar para se fazer filosofia”, destacou o representante do MPAL, ao desconstruir a estratégia da defesa.
O caso ganhou contornos ainda mais sombrios quando o Ministério Público destacou os traços psicopatas do réu, apontando sua ausência de valores morais. Albino, que já responde por 18 assassinatos e outras sete denúncias, é acusado de ter executado Louise a sangue frio no bairro Vergel do Lago. Todas as vítimas têm menos de 25 anos.
O julgamento, que segue sob forte esquema de segurança, coloca em evidência não apenas a violência dos crimes, mas também os desafios do sistema de justiça frente a casos de extrema gravidade. Albino é considerado o maior serial killer do estado.