Distrito Federal| Um professor da rede pública de ensino do Distrito Federal, morreu nesta terça-feira (4), por suspeita de envenenamento. Odailton Charles de Albuquerque Silva, de 50 anos, estava internado desde o último dia 30, no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN).

Segundo informações, o professor participava de uma reunião na escola onde foi diretor por seis anos e após ingerir um suco de uva, oferecido por uma colega de trabalho, passou mal.

Odailton teria enviado mensagens de áudio para a esposa, falando que não estava bem e que precisava de ajuda.

“Alguém me ajuda, alguém me ajuda. Eu cheguei aqui, tomei um suco e acho que colocaram laxante, estou com muita diarreia”, disse o educador.

Uma servidora que estava com o docente em reunião e presenciou o episódio, telefonou para a esposa de Odailton e informou o estado do professor. A mulher do docente sugeriu que o marido fosse levado ao hospital. O Corpo de Bombeiros foi acionado e conduziu o ex-diretor ao Hran.

A companheira do professor relatou que, ao chegar no hospital, encontrou o marido deitado no corredor da emergência. Segundo a esposa, ele estava “inconsciente, tremia, babava sem parar e se contorcia a todo momento”.

A mulher, então, se desesperou ao observar o estado de saúde do professor e passou a pedir a presença de um médico. Naquele momento, um dos profissionais levantou a hipótese de envenenamento e o encaminhou para atendimento. Charles passou por exames médicos no hospital.

Após o ocorrido, a esposa levou à delegacia as roupas com vômitos provocados pela bebida. Uma perícia deve ser realizada para a possível identificação de substância tóxica.

O caso foi tipificado como tentativa de homicídio. Laudo preliminar com material biológico da vítima, ao qual o Metrópoles teve acesso, constatou que o educador teria sofrido intoxicação, provavelmente por algum organofosforado, substância presente em inseticidas e agrotóxicos.

Diante da situação, a família decidiu registrar a ocorrência com base no conteúdo dos áudios, que podem apontar o cometimento de um crime.

A Secretaria de Educação do DF informou, em nota, que lamenta o ocorrido e que aguarda a conclusão das investigações. A Polícia Civil (PCDF) assegurou à imprensa que o episódio “está sendo investigado com a máxima prioridade”.

Segundo informações, pessoas próximas ao professor disseram que ele chegou a relatar dificuldade de relacionamento com uma colega da escola, justamente quem teria lhe oferecido o suco no dia da reunião.

Em uma das mensagens enviadas a um amigo que também trabalha na instituição, o docente pontuou que sua interlocutora “estava com a cara de poucos amigos”. Frisou ainda que não queria beber o suco, mas acabou aceitando a bebida para não fazer desfeita. Odailton desconfiava de que o líquido teria lhe feito mal.

Tanto amigos como familiares disseram à polícia que Odailton vivia uma fase boa e fazia planos para o futuro. Casado e pai de uma menina de 7 anos, o morador de Águas Claras planejava abrir uma empresa de assessoria. Recentemente, ele havia sido promovido pela Secretaria de Educação.