MANAUS (AM) – O coordenador de pediatria do Hospital Santa Júlia, o pediatra Enryko Queiroz, confirmou em depoimento à Polícia Civil, nesta segunda-feira (1º), que os prints de conversa entre ele com a médica Juliana Brasil Santos são verdadeiros. A informação foi divulgada pelo delegado Marcelo Martins, titular do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), responsável pelo inquérito que apura a morte do menino Benício Xavier, de 6 anos, morto após uma overdose de adrenalina intravenosa.
Segundo o delegado, Enryko Queiroz atestou a veracidade das mensagens trocadas no domingo (23) em que a médica, que não tem especialização em pediatria, demonstrava desespero e despreparo ao perceber que havia prescrito uma dosagem de medicação errada para a criança. Ela admite o erro durante a conversa.
Ainda nesta segunda-feira, deve depor o chefe de enfermagem responsável pelo plantão do dia do ocorrido, Tairo Maciel, para a polícia ter informações sobre a quantidade de enfermeiros no plantão e sobre a checagem da medicação. O delegado afirmou que todos os profissionais envolvidos no atendimento serão ouvidos.
Juliana Brasil teve pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil, mas a Justiça concedeu um habeas corpus em caráter liminar. Ela é investigada pela morte de Benício. A criança deu entrada no hospital com diagnóstico de gripe e laringite, recebeu adrenalina intravenosa e morreu pouco tempo depois.
De acordo com o titular do 24º DIP, a médica pode ser indiciada por homicídio doloso com dolo eventual. “Dolo eventual é quando o agente tem indiferença pelo resultado da sua omissão ou equívoco. Esse habeas corpus ainda será julgado pela câmara criminal, que não tem acesso à totalidade do que temos de informações no inquérito. Vou comunicar o Tribunal de Justiça sobre as diligências realizadas, e eles decidirão se mantêm a liminar ou a revogam”, completou.








