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    Categories: Homofobia

Mulher impede vacinação da filha por servidor gay: “não quero ela vacinada por um viad*”

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CAMPO GRANDE – MS | O cirurgião-dentista Gustavo dos Santos Lima, de 27 anos, disse que o suposto episódio de homofobia, ocorrido no drive Albano Franco, em Campo Grande, o “entristeceu demais”. Neste domingo (22), um dia após os fatos, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) manifestou repúdio e disse que deve instaurar sindicância, além de acionar as imagens para identificar a mulher que impediu a vacinação da filha e fez ofensas homofóbicas.

“Isso me entristeceu demais. Até então, nunca tinha sido ofendido, nunca tinha passado por este tipo de situação. A gente sabe que existe, sabe que todos os dias pessoas sofrem preconceito, só que a gente acha que nunca vai acontecer com a gente, ainda mais em um lugar onde está ocorrendo vacinação. E a ofensa dói, doeu ter ficado calado, só que não consegui ter outra reação na hora”, afirmou ao G1 Gustavo.

O dentista conta que recebeu capacitação no período da pandemia e atua como voluntário.

Mesmo nos dias de folga, o dentista comparece nos drives e atua como vacinador voluntário. “Eu acabei me apaixonando e faço isso com alegria e satisfação, porque não tem nada melhor do que você saber que está usando o seu tempo ajudando as pessoas”.

Por volta das 15h do sábado (21), a motorista entrou no drive e se dirigiu ao box onde estava Gustavo. “Ela estava em um veículo Corolla branco. São dois carros por vez e eu estava atendendo a uma família no carro da frente, onde duas pessoas estavam sendo vacinadas. Quando eu estava entregando os comprovantes, percebi uma confusão no carro atrás, só que ignorei e continuei dando as orientações no carro da frente”, relembrou.

No entanto, enquanto ele estava atendendo, ainda conforme o relato do profissional, a outra vacinadora atendia a motorista. “Ela disse para minha colega, apontando o dedo para mim: ‘Eu não quero que a minha filha seja vacinada por esse tipo de gente, um veado’. Depois, ela jogou os documentos da filha dela e ficou gritando, quando a minha colega pediu para ela ter respeito. Fiquei sem reação, enquanto a minha colega perdeu a paciência e disse que era crime o que ela estava fazendo”, argumentou Gustavo.

Em seguida, a senhora recebeu orientação para se retirar do local e ela teria respondido que faria isso “com o maior prazer”

Conforme Gustavo, a coordenadora do drive também conversou com ele e disse que os militares, distantes cerca de 100 metros, deveriam ter sido acionados. “Ela poderia ter sido presa e responderia a um processo pelo crime. Ela nem se deu ao trabalho de me conhecer, de conversar, de fazer qualquer julgamento e, mesmo eu sendo homossexual, isso não justifica a atitude dela. É uma agressão grave de quem não fez absolutamente nada para ela”, ponderou.

Expressoam:

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