MANAUS (AM) – A esteticista e influenciadora Jéssica Araújo, de 30 anos, grávida de 30 semanas, passou por momentos de intenso sofrimento na noite desta segunda-feira (8) na Maternidade Moura Tapajós, no bairro Compensa, Zona Oeste de Manaus. O que começou como uma simples consulta por dores pélvicas transformou-se em um pesadelo quando a equipe médica diagnosticou erroneamente o óbito de seu bebê que se chamará Jorge.
Tudo começou por volta das 19h, quando Jéssica chegou à unidade de saúde. Após longa espera na recepção, passou pela triagem, onde sua pressão arterial foi aferida em 11/8 – considerada normal. Encaminhada para atendimento médico, a gestante foi examinada cerca de uma hora depois. A médica realizou o toque vaginal e constatou que o útero estava fechado e sem alterações.
O primeiro sinal de problema surgiu quando a profissional tentou ouvir os batimentos cardíacos fetais e não conseguiu detectá-los. Preocupada, a médica solicitou urgentemente uma ultrassonografia e exames complementares de sangue e urina.
O momento mais traumático ocorreu durante o exame de ultrassom. Sozinha na sala, sem ter a permissão de acompanhante, Jéssica ouviu em menos de cinco minutos o médico anunciar que ela havia perdido o bebê. Para seu desespero, a médica plantonista entrou na sala e confirmou o diagnóstico, dizendo que “já sabia” do resultado e só queria uma confirmação formal.
Imediatamente, a equipe médica iniciou os preparativos para induzir o parto do feto. Em estado de choque, Jéssica começou a gritar e chorar descontroladamente, desenvolvendo uma crise hipertensiva e taquicardia que exigiu medicação de emergência.
Em meio ao caos emocional, a gestante insistiu que ainda sentia o bebê se mexer, fato relatado à médica, que atribuiu os movimentos a “gases intestinais”.
Segunda maternidade
De acordo com Jéssica, após horas esperando por leito para o procedimento, decidiu então procurar o Instituto da Mulher Dona Lindu, na Zona Centro-Sul de Manaus, onde viveu a emocionante reviravolta: o médico que a atendeu fez o mesmo exame, constatou o útero fechado e sem sangramento e, para alívio de todos, os fortes batimentos cardíacos do bebê. Ele sempre esteve vivo.
“Vocês de pra mim o laudo de óbito fetal. Vocês iam fazer a indução do meu parto. Só não fizeram porque não tinha leito e eu por conta própria fui em outra maternidade. Meu bebê tá normal, normal, vocês iam matar meu bebe!”, disse a jovem, chorando, ao voltar para a maternidade anterior e denunciar o erro dos profissionais.
O caso, que terminou bem graças à persistência da mãe e à competência da segunda equipe médica, levanta sérias questões sobre a qualidade do atendimento obstétrico na rede pública municipal de Manaus.
A reportagem aguarda um posicionamento da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).









