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Falso per1t0 é pr3s0 por tentar fazer vít1mas de e$tupr0 de vulnerável mudarem depoimento no Amazonas

A prisão é desdobramento de outra investigação da 80ª DIP, que culminou nas prisões de dois homens. Foto: Divulgação/PC-AM

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BERURI (AM) – Um falso perito judicial foi preso nesta segunda-feira (28), em Manaus, por coagir duas adolescentes, vítimas de estupro de vulnerável, a mudarem seus depoimentos contra os autores. Ele foi identificado como Elvys Marcos Pereira Gomes. A investigação foi realizada por policiais da 80ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Beruri (a 173 quilômetros de Manaus), no interior do Amazonas, onde ocorreu o crime.

O delegado Paulo Mavignier, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), disse que a prisão de Elvys é desdobramento de outra investigação da 80ª DIP, que culminou nas prisões de dois homens, de 43 e 79 anos, que abusaram sexualmente das vítimas. Eles são pai e avô delas, respectivamente.

“O Elvys se apresentou às adolescentes como perito judicial para coagi-las a mudar seus depoimentos neste caso. Por isso eu quero deixar um alerta à população de Beruri: quem tentar acobertar casos de abusos sexuais, principalmente os que acontecem em seio familiar, serão responsabilizados na forma da Lei”, enfatizou o delegado.

Caso

Conforme a delegada Rosane Ferreira, da 80ª DIP de Beruri, as investigações em torno do falso perito iniciaram em meados de outubro de 2024, após o pai e o avô das quatro adolescentes, de idades entre 13 e 15 anos, serem presos por estupro de vulnerável contra elas, em Beruri.

“Após as prisões, chegou ao conhecimento da 80ª DIP dois vídeos nos quais o falso perito questionava duas das adolescentes acerca da denúncia de abuso sexual contra o pai. Na ocasião, ele chega a dizer às vítimas que estava na residência delas com o conhecimento da Polícia Civil, o que não é verdade. Ao analisarmos os vídeos, ficou nítida a violência psicológica que ele pratica contra as vítimas, e é possível perceber que elas se mostram bastante abaladas e se sentem culpadas pelo pai estar preso”, contou a delegada.

Segundo a delegada, o homem foi contratado pela família das adolescentes para tentar inocentar os dois suspeitos, pois eles (os familiares) não acreditavam nos depoimentos das vítimas.

“Há a possibilidade de que ele tenha atuado em outros municípios do Amazonas. Por isso a gente pede à população, caso tenha conhecimento de que esse homem se apresentou como perito judicial em delegacias ou casas de vítimas de algum crime, que procure a delegacia mais próxima ou faça a denúncia”, ressaltou a delegada.

A delegada explicou que a Lei de Escuta Especializada prevê um procedimento específico para ouvir crianças e adolescentes e ele deve ser sempre acompanhado por uma autoridade policial ou judicial.

“Então ninguém está autorizado a se intitular perito para poder modificar o depoimento das vítimas, afetando ainda mais o psicológico delas”, falou a delegada.

Alerta

De acordo com a delegada, o caso do falso perito traz à tona uma coisa que vem acontecendo em relação aos crimes contra crianças e adolescentes, principalmente os que são praticados no âmbito familiar: pessoas que tentam descredibilizar e desfazer os depoimentos das vítimas contra os suspeitos.

“A Polícia Civil faz um alerta às famílias para que deem voz às crianças e adolescentes e as protejam quando elas denunciarem os agressores, uma vez que a não responsabilização dos autores pode aprofundar ainda mais o trauma das vítimas”, destacou a delegada.

Prisão

Segundo a delegada, na manhã de segunda-feira, o falso perito foi reconhecido por um policial civil da DECCM centro-sul, quando ele compareceu à delegacia alegando que teria ido até lá para acompanhar um caso.

“O policial civil tinha conhecimento da investigação da 80ª DIP e sabia que o homem tinha um mandado de prisão em aberto. Ao reconhecer o Elvys, de pronto ele nos comunicou e solicitamos o apoio para que ele cumprisse a ordem judicial”, explicou a delegada.

Elvys Marcos Pereira Gomes responderá por coação no curso do processo envolvendo crime de estupro de vulnerável e está à disposição da Justiça.

 

Expressoam:

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