MANAUS – AM | Espancada, presa e tratada como um objeto. Assim a ex-namorada do advogado Marcelo Oliveira Gonçalves descreveu no boletim de ocorrência os momentos de terror que ela diz ter sofrido nas mãos do homem que denunciou na Delegacia Especilizada em Proteção à Mulher. O caso está com a titular Débora Mafra, que já convocou o suspeito e espera sua apresentação para prestar depoimento. Antes que ela mande sua equipe atrás dele.
Na denúncia a ex-namorada afirma que escapou de ser asfixiada pelo advogado, que não aceitava o fim da relação abusiva. Após oito meses sofrendo, ela resolveu acabar com tudo e quase perdeu a vida por isso.
Na polícia ela contou que após as agressões o advogado ofereceu um carro e um celular para ela desistir da denúncia. Mas era outro golpe. O carro tinha rastreador. Durante toda a relação, a mulher afirma que foi vigiada por Marcelo, que a proibiu de ter amigos, falar com outras pessoas e até de sair de casa sem avisar para onde iria.
Na Delegacia da doutora Débora Mafra o advogado já tem cadastro. Em 2012 e em 2015, da mesma forma que agora, Marcelo foi denunciado por bater em mulheres. Apesar da pinta de fortão, quando se apaixona o suspeito perde a linha, começa a achar que pode levar bola nas costas e começa a mostrar seu lado machista.
Se o príncipe virou um sapo na vida da ex, na FDN ele continua encantador. Chamado de “Príncipe da FDN” pela facção, Marcelo é querido e amado na Famíla do Norte, a quem é conhecido como defensor dos cabeças do grupo criminoso. Deu ruim? Chama o príncipe.
MAIS TRETAS
Marcelo não é novidade quando o assunto é confusão. Em 2017 ele chegou a ter a OAB suspensa. Na época, com 14 processos nas costas, era acusado de violação de domicílio, agressão física, clonagem de cartões de crédito, formação de quadrilha, agiotagem e estelionato.
Nas redes sociais Marcelo ostenta carrões, vida de badalação e as tatuagens. Ele é acusado de apontar uma arma para a cabeça de uma colega advogada, a quem emprestou dinheiro.
No insta, Marcelo se apresenta como católico, ex juiz de paz e conciliador, mas a ficha mostra que a vida é agitada.
Em 2013 o advogado foi denunciado por bater em um empresário. Ele teria sido abordado após chamar a filha da vítima de “garota de programa” e não teria gostado. Acompanhado de segurança, espancou o pai da moça e disse que na próxima iria matá-lo. Como sempre se safou das confusções, Marcelo agora tem mais uma para a coleção.
