MANAUS (AM) – O delegado Adriano Félix, titular do 22º Distrito Integrado de Polícia (DIP), preso na manhã desta quinta-feira (22) pela Polícia Federal, atuava também com a vereadora e escrivã da Polícia Civil de Roraima, Adriana Sousa dos Santos (Republicanos), a “Adriana da Civil”, e também com Jan Elber Dantas Ferreira, policial militar de RR. Os três agentes públicos são suspeitos de participar de uma organização criminosa especializada no esquema de escolta armada para cargas de minério extraído ilegalmente da Terra Indígena Yanomami.
A ação faz parte da Operação Jeremias 22:17, que investiga crimes como sequestro, tortura e roubo de cassiterita – minério valioso usado na indústria metalúrgica. Segundo as investigações, o grupo atuava na proteção armada de carregamentos de minérios roubados e oferecia serviços paralelos de segurança. Além disso, os acusados sequestravam e torturavam suspeitos para obter informações sobre rotas de contrabando.
O caso ganhou repercussão após um episódio em fevereiro de 2023, em Caracaraí, Roraima, onde uma vítima foi algemada, ameaçada e submetida a choques elétricos por policiais que buscavam dados sobre o paradeiro de uma carga de cassiterita.
A vereadora e escrivã havia sido afastada das funções na PCRR no início deste ano após reter R$ 10,1 mil em fianças pagas por detidos em flagrante. Já o delegado Adriano Félix é conhecido em Manaus por diversos casos que tiveram exposição na mídia amazonense. Outro envolvido, o policial civil Álvaro Tiburcio Steinheuser, já havia sido preso em fases anteriores da operação.
Os mandados foram cumpridos em Roraima, Amazonas, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul, com apoio do Ministério Público de Caracaraí.