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Caso Benício Xavier: Novos depoimentos revelam falhas graves na estrutura do hospital Santa Júlia

O hospital, que é particular, estava sem farmacêutico exclusivo em pronto-atendimento no dia do fato. Foto: Reprodução

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MANAUS (AM) – As responsabilidades sobre a morte de Benício Xavier, de 6 anos, por um erro médico, não caem em cima apenas da médica Juliana Brasil e da técnica de enfermagem Raiza Bentes Praia. As duas são oficialmente investigadas pelo crime de homicídio qualificado doloso. A polícia revelou nesta terça-feira (9) que o Hospital Santa Júlia, onde o menino foi atendido, também tem participação por falhas graves na estrutura médica e hospitalar.

De acordo com o delegado Marcelo Martins, do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), responsável pela investigação do caso, depoimento colhidos nesta terça-feira pela manhã mostraram problemas na unidade, que fica na Zona Centro-Sul de Manaus, e de uso particular.

Segundo ele, não havia um farmacêutico habilitado exclusivamente na farmácia do pronto-atendimento no dia do incidente, o que viola as normas do Conselho Regional de Farmácia.

Foram ouvidas a auxiliar de farmácia identificada como “Romana” e a farmacêutica “Lia”. Esta última, é a única profissional da área em todo o hospital na ocasião da morte. Conforme o delegado, foi a auxiliar Romana quem dispensou a adrenalina para a técnica de enfermagem Rocicleide, que por sua vez repassou o medicamento à técnica Raiza, que aplicou a dose incorreta na criança sem questionamentos, mesmo a mãe da criança estranhando.

A farmacêutica Lia, que estaria sobrecarregada com a demanda de vários setores, não pôde realizar a validação obrigatória da prescrição médica antes da liberação do medicamento. “Esses depoimentos esclareceram o caminho da medicação e evidenciaram que a estrutura do hospital contribuiu para o desfecho trágico”, afirmou Martins.

O delegado ressaltou que a falta de um farmacêutico exclusivo no pronto-atendimento pode configurar negligência institucional. A investigação agora se volta para o dimensionamento de profissionais e possíveis falhas da gestão do hospital. Ainda nesta terça-feira, um representante da administração da unidade será ouvido.

Apesar das novas informações, o delegado descartou, por enquanto, novos pedidos de prisão, mas informou que eventualmente pode ocorrer a responsabilização de mais de uma pessoa da gestão do hospital por todo o ocorrido.

 

Redação:

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