BRASIL– O Ministério Público identificou os supostos líderes de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis. Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, e Mohamad Hussein Mourad, conhecido como “Primo” ou “João”, são os principais alvos da megaoperação, desta quinta-feira (28), em São Paulo.
A dupla é apontada como a principal responsável por uma rede de fraudes fiscais e contábeis que já movimentou mais de R$ 52 bilhões.
Segundo as informações do g1, Mohamad é apontado como o “epicentro das operações”. Considerado líder da organização, utilizava empresas em todo o setor de combustíveis para viabilizar crimes de fraudes fiscais massivas, ocultar patrimônio e lavar bilhões de reais. Ainda, a rede criminosa também era formada por familiares, sócios, administradores e profissionais cooptados por ele.
Já no LinkedIn, Mohamad se apresentava como CEO da empresa G8LOG, especializada em transporte rodoviário de cargas perigosas como combustível, e consultor do grupo Copape, responsável pela formulação de gasolina a partir de derivados de petróleo.
“Sou um empresário e investidor que acredita na potência do trabalho, da disciplina e do comprometimento como caminho para o alcance de resultados sólidos”, diz a descrição do perfil do investigado nas redes sociais.
Segundo a investigação, a organização criminosa, que teria ramificações em toda a cadeia produtiva de combustíveis — de usinas a postos —, usa centenas de empresas em nome de laranjas, fundos de investimento e familiares para blindar o patrimônio e ocultar a origem ilícita dos recursos.
O esquema ocorre em Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Rio de Janeiro.
No total, mais de 350 alvos, entre pessoas físicas e jurídica, são suspeitos da prática de crimes contra a ordem econômica, adulteração de combustíveis, crimes ambientais, lavagem de dinheiro, fraude fiscal e estelionato.