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Após crise no AM, outros estados brasileiros começam a entrar em colapso pela segunda onda de Covid-19

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

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BRASIL | Depois que o estado do Amazonas enfrentou um dos piores momentos da pandemia da Covid-19 em janeiro deste ano, devido a novas mutações do novo coronavírus identificadas primeiramente aqui no estado, parece que a situação começou a se agravar nos demais estados brasileiros. E isso resultou em um novo recorde de mortes no país.

Cenários aterrorizantes – e, infelizmente, já conhecidos pela população amazonense -, como falta de leitos e uso de câmaras frigoríficas para armazenar corpos de vítimas fatais da Covid-19, agora chegam com força total em estados do sul e sudeste.

O Brasil registrou hoje (2) o maior número de óbitos de toda a pandemia e a maior média móvel de mortes: 1.726 mortes nas últimas 24 horas, superando assim o recorde anterior de 1.582 óbitos em uma dia, na última quinta-feira (25).

São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul tem registrado uma alta nos casos da doença e os leitos começaram a ficar quase que totalmente ocupados. As informações são do UOL.

RECORDE DE MORTES EM SÃO PAULO

O governador de SP, João Doria, afirmou na manhã desta terça-feira (2) que esta é a “pior semana da pandemia”, depois que o estado registrou recorde de óbitos em apenas 24 horas. Foram 468 mortes por Covid-19 contabilizados hoje, número mais alto desde o começo da pandemia. Com isso, o estado chegou a 60.014 óbitos pela doença, além de já somar mais de 2 milhões de casos confirmados (2.054.867).

Pelo menos quatro grandes hospitais privados da capital paulista – Einstein, Oswaldo Cruz, BP e São Camilo, afirmam que atingiram nos últimos dias 100% de ocupação de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para internados com covid-19. Com isso, já trabalham na abertura de novos leitos.

FALTA DE LEITOS EM SANTA CATARINA

Em Santa Catarina, ao menos 20 pessoas morreram em três cidades de Santa Catarina enquanto aguardavam transferência para leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) voltados para o tratamento da covid-19. As mortes foram registradas entre 21 de fevereiro e hoje (2). O estado começou hoje a levar pacientes para o Espírito Santo devido à falta de leitos especializados.

O HRO (Hospital Regional São Paulo) afirmou que “está em colapso” e que não tem mais possibilidade de receber mais pacientes que precisem de ventilação mecânica ou suporte de oxigênio. “Estamos com pacientes graves, acomodados em poltronas ou em espaços improvisados, pois já se esgotou toda a estrutura física para atendimento. É muito preocupante pois são pacientes graves e que necessitariam de uma atenção especializada e que não deveriam estar aguardando por um leito, na Emergência do hospital”, informou o hospital, em nota divulgada hoje.

A direção da unidade salienta que o momento é “tão crítico” que seria melhor os pacientes aguardarem nas ambulâncias.

RIO GRANDE DO SUL FAZ USO DE CONTÊINERES FRIGORÍFICOS

Com o número de mortes também aumentando no Rio Grande do Sul, o Hospital Moinhos de Vento, o maior da rede privada de Porto Alegre (RS) vai contratar um contêiner para acomodar as vítimas da doença. É o que afirma o superintendente médico Luiz Antônio Nasi.

Para o superintendente do hospital, a capital gaúcha está vivendo hoje o “apogeu da gravidade” da pandemia. No último ano, o hospital já atendeu mais de 7 mil infectados pelo coronavírus, mas o cenário atual é diferente: além de mais jovens, os pacientes também estão “muito mais graves”. “Se vocês entrassem e vissem, é um campo de guerra. Todo mundo sendo mobilizado no hospital, médicos, anestesistas, enfermeiros de todas as áreas. Nós estamos, realmente, em uma situação calamitosa”, acrescentou.

Com população de cerca de 1,5 milhão de habitantes, a capital gaúcha já soma 106.447 infectados pelo coronavírus desde o início da pandemia, ainda segundo a prefeitura. O número de mortos é de 2.418.

VARIANTE DESCOBERTA NO AMAZONAS É 10 VEZES MAIS FORTE

Um novo estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indica que a nova Cepa da Covid-19 descoberta em Manaus (AM) pode colocar uma carga viral até 10 vezes mais forte no corpo dos infectados adultos. Até então a variante brasileira era vista como mais contagiosa que a padrão, mas não era possível ter uma noção exata disso. Quanto maior a carga viral, mais rápido o vírus se espalha.

A pesquisa já pode ser vista on-line, mas ainda não foi publicada em revista. “Esses dados fornecem uma visão única para a compreensão dos mecanismos que estão por trás das ondas epidêmicas de COVID-19 e o risco de disseminação de SARS-CoV-2 e potencialmente em todo o mundo”, diz um trecho do estudo.

Os cientistas analisaram durante praticamente toda a pandemia 250 códigos genéticos da Covid-19 para fazer a comparação entre suas respectivas cargas virias. A conclusão é de que a variante  P.1 tem cerca de 10 vez mais carga viral do que as outras versões da doença em adultos.

Esse resultado foi visto predominantemente em mais jovens, não sendo encontrado em homens acima dos 60 anos.

A comparação dos pacientes mostra claramente que infecção por P.1 gera maior carga viral em adultos. Em idosos a significância foi pequena ou nenhuma.

Expressoam:

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