NATAL (RN) – Em sessão solene realizada na última segunda-feira (25), a Câmara Municipal de Natal concedeu a Comenda Maria da Penha a Juliana Garcia dos Santos Soares, vítima de uma violência extrema que chocou o país. No dia 26 de julho, Juliana foi agredida com mais de 60 socos pelo então namorado, Igor Eduardo Cabral, dentro do elevador de um condomínio no bairro de Ponta Negra.
Emocionada e com sequelas, Juliana discursou durante a homenagem e destacou a importância do apoio social às vítimas de violência doméstica: “Tão importante quanto a denúncia, é a sociedade acolher a mulher que sofre violência. Muitas ficam presas dentro desse ciclo de abuso porque não têm a quem recorrer. Se eu me levantei daquele elevador depois de tudo que aconteceu comigo, outras mulheres também são capazes”.
O crime, registrado pelas câmeras de segurança do prédio, durou aproximadamente 36 segundos e gerou comoção nacional. Em entrevista ao Domingo Espetacular no dia 3 de agosto, Juliana ainda exibia hematomas no rosto e compartilhou sua dor: “Eu não tenho opção a não ser ser forte. As coisas que aconteceram já aconteceram. Mas o pior é quando eu me olho no espelho e não consigo enxergar a pessoa que eu era”. Questionada sobre o que seus olhos roxos simbolizavam, respondeu: “Resistência. Esse é só o começo da minha nova vida”.
O agressor, Igor Eduardo Cabral, ex-jogador de basquete, enviou uma carta no dia 4 de agosto onde reconheceu a gravidade dos fatos: “Reconheço que houve dor, angústia e sofrimento, especialmente para Juliana”. Ele atribuiu sua conduta ao “uso de substâncias e instabilidade emocional”, mas afirmou que não pretende justificar ou minimizar o ocorrido. “Desejo que Juliana consiga encontrar força para seguir em frente”, finalizou.
A homenagem à Juliana simboliza não apenas o reconhecimento de sua coragem, mas também um alerta para a sociedade sobre a urgência no combate à violência contra a mulher.







