MANAUS (AM) – O vereador Coronel Rosses (PL-Manaus) protagonizou uma controvérsia nesta quinta-feira (10) ao anunciar uma homenagem ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), justamente após ele defender publicamente as tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros, medida que afeta diretamente a economia nacional.
“Hoje celebramos não só seu aniversário, mas também a trajetória de um homem que tem sido voz firme na defesa da pátria, da família e da liberdade no Brasil. Sua coragem e posicionamento sempre firme em momentos críticos inspiraram muitos para lutar por um país melhor. Obrigado pelo exemplo, pela luta constante e pelo trabalho incansável em defesa de um Brasil livre, justo e com valores que não se negociam”, escreveu o vereador em seu Instagram, parabenizando o filho de Jair Bolsonaro.
A decisão do parlamentar manauara ocorre em meio à repercussão de declarações do bolsonarista, que está licenciado e morando nos Estados Unidos, onde busca apoio do presidente Donald Trump para aprovar a anistia ampla aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, incluindo seu pai, acusado de vários crimes. O americano, assim como o ex-presidente, nunca reconheceu sua derrota nas urnas e defende o ex-presidente.
Eduardo não apenas apoiou as sanções comerciais como chegou a sugerir que os brasileiros deveriam “agradecer” pela medida, mesmo prejudicando o próprio país. Ele associou a taxação a uma suposta retaliação política ao Supremo Tribunal Federal (STF), ignorando análises de especialistas sobre os prejuízos ao agronegócio e à indústria nacional.
Impacto no Amazonas
O Amazonas exporta pela Zona Franca de Manaus (ZFM) vários produtos, como madeira, motocicletas, máquinas de atendimento e outros, mas os Estados Unidos não são um dos principais parceiros comerciais, segundo a Suframa. Ainda assim, economistas alertam que medidas protecionistas podem afetar indiretamente a cadeia produtiva regional.
A homenagem dividiu opiniões. Enquanto apoiadores do vereador Rosses defendem o gesto como “lutar contra o sistema”, críticos acusam a iniciativa de “submissão ideológica” e uma clara chance de fazer o presidente Lula vencer novamente as eleições.








