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Vítimas da explosão no Novo Reino denunciam descaso da AmazonGás

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Manaus – A família da dona de casa Maria de Fátima Auziel Pereira, 52, está apreensiva. Prestes a ser despejada da casa onde está morando mediante aluguel, ela conta que tem tido dificuldades para conseguir auxílio da empresa AmazonGás, responsável pelo tanque de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) que explodiu no mês passado, na comunidade Novo Reino, Tancredo Neves, na Zona Leste. Ela e outros oito familiares sofreram queimaduras durante o sinistro e, agora sem apoio, afirmam que pretendem entrar com uma ação na justiça contra a empresa, cobrando indenização.

A doméstica, que teve ferimentos principalmente nas pernas e está impossibilitada de trabalhar, alega que AmazonGás não está dando a atenção devida a ela e teme ficar sem ter onde morar até o fim desta semana. “Eles (a empresa) disseram que não vão ajudar em mais nada porque já fizeram o que podiam. E até o fim da semana vamos ter que deixar essa casa, mas não temos para onde ir”, contou ela.

O desespero de Maria é maior porque, não bastasse a dificuldade dela para se movimentar, ainda tem que cuidar dos filhos e netos, que precisam de mais cuidados médicos. A filha Marta Auziel, de 9 anos, e a neta, Lorelainy Auziel, de 3, por exemplo, ainda estão internadas no Hospital e Pronto Socorro Joãozinho, na Zona Leste. “Meu marido estava prestes a se empregar, mas por conta disso ele não pôde ir porque todos nós estamos doentes. Só o que queremos é que a empresa nos ajude pelo menos com a alimentação”, disse ela.

Em casa há menos de uma semana, Luciane Auziel, 23, uma das filhas de Maria mais atingidas pela explosão, lamenta a situação. “Meu filho mais novo, de um ano, está traumatizado e não temos mais o que dar para ele comer. Ligamos para a empresa para pedir ajuda, mas eles dizem que não vão mais ajudar”, falou ela, que teve praticamente o corpo inteiro queimado, inclusive a garganta.

Promessas quebradas

O pedreiro Lauro Sérgio Pereira foi o único da família que não sofreu nenhum ferimento. Ele tentou socorrer a esposa, filhos e netos e, por pouco, não viu sua família se acabar. “No começo a empresa foi prestativa, mas agora não. Só continuam enviando a enfermeira para trocar os curativos da minha filha, mas até a estância onde morávamos, que eles prometeram reconstruir em um mês, não foi concluída. Nossa situação é delicada”, afirmou ele.

AmazonGás rebate denuncia

Em nota, a AmazonGás informou que desde o acidente tem tomado todas as medidas para auxiliar as vítimas em todas as necessidades. Segundo a empresa, uma equipe de 45 colaboradores e três psicólogos estão fazendo o acompanhamento, com o objetivo de minimizar os danos causados. Além disso, um médico e uma enfermeira foram contratados para auxiliar, de forma intensiva, no tratamento em casa.

A empresa informou ainda que as famílias desalojadas vão permanecer nos apartamentos alugados até o dia em que as casas forem totalmente reformadas. “Reiteramos que, até que as casas estejam prontas para morar com segurança e conforto, as vítimas e familiares terão os alugueis custeados pela AmazonGás”, diz a nota.

Vítimas

A explosão do tanque de GLP na frente da empresa Lest Plast deixou 14 vítimas, duas delas fatais: Flávia Costa Hoyos, 28, (cuja avó morreu de enfarto ao receber a notícia) e Wildevane de Souza Colares, 37. Flávia faleceu três dias após a explosão, e Wildevane, que teve 60% do corpo queimado.

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