POLÍTICA – Marcado por condenações, denúncias de corrupção e até crimes sexuais contra menores, o prefeito de Coari, Adail Pinheiro, volta a ser alvo de escândalos. As informações foram repassadas pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM), que apontou graves irregularidades em um processo licitatório da Prefeitura. Segundo o órgão, o Pregão Eletrônico nº 003/2025, destinado à contratação de serviços gráficos, foi conduzido de forma viciada, comprometendo a lisura da disputa e beneficiando indevidamente uma das empresas participantes.
De acordo com o MP, a pregoeira municipal deixou de cumprir o próprio edital ao não solicitar documentos complementares de uma concorrente, o que resultou em sua exclusão. A omissão abriu caminho para o favorecimento de outra empresa, em clara violação ao princípio da isonomia, conforme destacou o promotor Bruno Escórcio Cerqueira Barros. Por isso, o Ministério Público recomendou a anulação do contrato firmado com a empresa Elizeu Impressão de Material para Uso Publicitário Ltda. e determinou que uma nova licitação seja aberta dentro da lei.
O episódio se soma ao histórico turbulento de Adail Pinheiro, já condenado a 11 anos de prisão em 2014 por exploração sexual de menores e frequentemente envolvido em denúncias de corrupção e desvio de recursos. Apesar disso, o político conseguiu retornar ao comando de Coari em 2025, sustentado por sua influência e por decisões judiciais que lhe garantiram elegibilidade. Sua trajetória, no entanto, segue marcada por práticas administrativas questionáveis e pela reincidência de escândalos.
A Câmara Municipal de Coari terá 30 dias para comprovar que cumpriu as medidas exigidas pelo MP. Para muitos, o caso não é um fato isolado, mas apenas mais um capítulo na longa lista de irregularidades que fazem da gestão de Adail Pinheiro sinônimo de falta de transparência e favorecimentos escandalosos na máquina pública.