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Traficantes de pessoas fingem ser voluntários para capturar refugiadas ucranianas

Sem terem para onde ir, sem dinheiro e trabalho, ucranianas acabam aceitando qualquer oferta de ajuda. Foto: BBC/Divulgação

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MUNDO – Dez milhões de ucranianos tentaram, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), fugir. A maioria buscou refúgio em outras partes da própria Ucrânia, acreditando que fossem mais seguras. Mais de 3,5 milhões de pessoas, no entanto, fugiram para além da fronteira.

São principalmente mulheres e crianças, já que os homens de até 60 anos de idade foram obrigados pelo governo ucraniano a ficar no país e lutar. Desalojados e desorientados, frequentemente sem ideia sobre aonde ir, refugiados são obrigados a confiar em estranhos.

O caos da guerra ficou para trás, mas a verdade é que eles não estão completamente a salvo fora da Ucrânia. “Para predadores e traficantes de seres humanos, a guerra na Ucrânia não é uma tragédia”, alertou o secretário-geral da ONU, António Guterres, em uma postagem no Twitter. “É uma oportunidade – e mulheres e crianças são os alvos.”

Margherita Husmanov, uma refugiada ucraniana de Kiev, de pouco mais de 20 anos de idade, resolveu ajudar como voluntária assim que chegou à fronteira, como forma de impedir que outros refugiados caíssem nas mãos de pessoas erradas.

“Qualquer pessoa pode aparecer nesta estação. No primeiro dia que eu me ofereci como voluntária, eu vi três homens da Itália. Eles estavam procurando mulheres lindas para vender no tráfico sexual. Eu chamei a polícia, e eu estava certa. Não era paranoia. É terrível”, disse Margherita.

Cinco semanas depois da invasão da Ucrânia, os processos por toda a Europa de verificação daqueles que alegam estar ajudando ucranianos ainda estão longe de ser infalíveis.

O crime organizado (incluindo tráfico sexual e órgãos humanos e, frequentemente, trabalho escravo) não é a única ameaça. Refugiados são explorados por indivíduos também.

Pessoas na Polônia, Alemanha, no Reino Unido e em outros países abriram suas casas para refugiados, a maioria delas com a melhor das intenções. Infelizmente, porém, nem todas.

Os incentivos para que mulheres ucranianas aceitem ofertas online aparentemente generosas, para que possam fugir de suas dificuldades, também se multiplicam em tempos de guerra.

Garotas ucranianas estão recebendo ofertas de passagens aéreas para México, Turquia, Emirados Árabes, sem nunca ter encontrado os homens que as convidaram.

Grupos de defesa dos direitos humanos querem que os governos de toda a Europa cuidem melhor daqueles que estão fugindo para sobreviver e que estão se arriscando neste momento.

Colaboração para o Expresso AM, em Manaus:

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