MANAUS (AM) – Após conseguir que o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) apoie o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como pré-candidato à presidência, o senador Eduardo Braga é o pré-candidato do petista ao governo do Amazonas. A decisão não foi bem recebida por parte do Partido dos Trabalhadores (PT) no Amazonas, que taxam Braga de “traidor” e o rejeitam.

Isso porque o emedebista, que chegou a ser ministro de Minas e Energia do governo Dilma Rousseff, votou “sim” e foi a favor do impeachment da própria presidenta. Nas palavras dos petistas, ele apoiou o golpe e não é visto com bons olhos para ser governador do Amazonas, já que a preferência do PT-AM era José Ricardo.

Em vídeo, Lula diz que espera que Braga “colha os frutos do que plantou”. Dando exemplos, na gravação de quase dois minutos, o ex-presidente diz que a Arena da Amazônia e a Ponte do Rio Negro foram obras inauguradas por ele e Braga, justificando sua decisão em apoiar o emedebista. Ambas, no entanto, foram inauguradas no governo Dilma.

Se Braga for “colher os frutos do que plantou”, como disse o ex-presidente, a situação pode sair como não planejada. Tanto porque o senador não foi responsável pelas obras que Lula diz ter sido, como pela “pernada” que deu na presidente. Para os petistas, uma hora a conta chega.

Ainda durante o vídeo, um dos motivos usados pelo pré-candidato ao governo do Amazonas para apoiar Lula foi também o “fortalecimento da democracia”, mesmo que no processo de impeachment o parlamentar não tenha pensado dessa forma.

“Tomamos a decisão de apoiar @LulaOficial comprometidos com o projeto de Brasil que queremos, o fortalecimento da democracia, a retomada do crescimento, emprego, renda e da Justiça social que este país precisa para que nós possamos ter a solidariedade e o enfrentamento da fome!”, escreveu Braga, nas redes sociais.

Com a decisão, a ala do MDB que o senador ajudou a prestar apoio ao petista fez ainda pressão para outra mulher, dessa vez Simone Tebet (MDB-MS), para que ela desista da candidatura a presidente da República. Mais uma vez, preterindo outra mulher.