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    Categories: Política

‘Tá pensando que eu sou esses ministros que você indicou?’, diz Geddel a Eduardo Cunha

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Brasília –  Em conversas extraídas pela Polícia Federal de um celular apreendido na Residência Oficial da Câmara, o ex-ministro Geddel Vieira Lima ironizou o então presidente da Câmara, Eduado Cunha, quando questionado sobre o andamento de um empréstimo à empresa J&F pela Caixa Econômica Federal. Cunha perguntou se tinha sido resolvida a questão da J&F, Geddel respondeu:

“Ta resolvido Ta na pauta do CD de terça Vc tá pensando que eu sou esses Ministros q vc indicou? Abs (sic)”

O ex-presidente da Câmara respondeu a mensagem com “rsrsrs”.

Segundo a investigação, Geddel cobrou um repasse que deveria receber devido a um empréstimo feito pela Caixa Econômica Federal, onde foi foi vice-presidente de Pessoa Jurídica, para a empresa J&F, controladora do grupo de frigoríficos JBS. Em uma das mensagens, enviada para Cunha em 31 de agosto de 2012, Geddel relata que seriam aprovadas na semana seguinte duas operações para a empresa, de R$ 767 milhões e de R$ 194 milhões. No dia 4 de setembro, o então vice-presidente da Caixa avisa a Cunha que os recursos foram aprovados.

As mensagens foram extraídas pela Polícia Federal de um celular apreendido na Residência Oficial da Câmara, quando Cunha ainda era presidente da Casa, em dezembro de 2015. Para o Ministério Público Federal,  Cunha e Funaro faziam parte de uma mesma organização criminosa que realizou fraudes na Caixa Econômica Federal. O diálogo acima faz parte dos autos da “Operação Cui Bono?”, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira e que tem Geddel como alvo principal.

Nas mensagens trocadas entre Geddel e Eduardo Cunha há também debate pormenorizado de assuntos internos da Caixa. Geddel dá detalhes ao deputado até sobre a taxa de juros de um financiamento em negociação com a empresa BR Vias, do grupo Constantino. Geddel explica que no início da negociação a taxa de juros seria de 2,2% porque a empresa estava no nível de risco B, mas, como houve uma piora na análise e a empresa foi para o nível C, a taxa passou para 4,4%. Geddel afirma que pode conseguir bancar uma taxa de 3% a 3,3% para a empresa.

“Pra seu conhecimento Qdo começamos a negociar com a BR,o parâmetro de risco era B, o que viabilizava uma taxa de + 2.2. Ao sair a avaliação do risco a empresa foi enquadrada como C, o que fez com que a taxa vá a 4.4. Nosso amigo rolou a operação dele com o BB,fala-se a uma taxa de 3.5. Como assumi com vc, a operação está aprovada. A empresa será procurada pela Caixa para saber se mantém interesse na operação e qual taxa ta disposta a suportar. Minha aposta é que o FI não sairá antes de 15 de junho. Creio também que taxa de 3 a 3.3 consigo bancar, com o risco C. Passo-lhe a informação para que converse, mostre seu interesse, etc e tal. Se eles toparem, segunda feira recursos estarão disponíveis. Duvidas me ligue (sic)”, escreveu Geddel para Cunha em 17 de maio de 2012.

Com informações O Globo.

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