X
    Categories: Denúncia

Suposto golpista do Tinder de Manaus é investigado por violência doméstica e estelionato

ADVERTISEMENT

MANAUS – AM | O estelionato sentimental, que é quando um dos parceiros conquista a confiança do outro visando vantagens econômicas-financeiras, está cada vez mais comum.

Em Manaus, Thiago Oliveira de Souza, de 31 anos, é suspeito de fazer cerca de quatro vítimas, entre namoradas e até mesmo colegas de trabalho, sumindo após conseguir a quantia em dinheiro que precisa. O homem nega tudo e diz que foi “hackeado”.

Uma das denúncias foi registrada no 16º Distrito Integrado de Polícia (DIP), no bairro Nossa Senhora das Graças, Zona Oeste. Conforme Boletim de Ocorrência (BO), o qual a reportagem teve acesso, Thiago usou um cartão de crédito emprestado do irmão de uma de suas ex-namoradas e nunca pagou. Depois, sumiu.

Uma outra jovem suspeitou da suposta dívida do suspeito e não caiu no golpe. Ela diz ter conhecido o rapaz em um aplicativo de relacionamento e, após alguma intimidade, ele pediu dinheiro emprestado. Nas mensagens, dizia que estava sendo ameaçado por um agiota e precisava quitar a dívida.

Desconfiada, resolveu entrar em contato com uma pessoa próxima ao suspeito, justamente a do cartão de crédito, e descobriu que escapou de ter sido mais uma vítima.

Tortura psicológica

Outro inquérito policial registrado onde Thiago é suspeito é o de perturbação da tranquilidade (violência doméstica), onde uma mulher, ex-namorada, afirmou em depoimento na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM) que o rapaz supostamente não aceitava o fim da relação e fazia chantagem e tortura emocional.

Apesar de não relatar nenhuma situação financeira, a mulher afirma que quase correu o risco de perder o emprego após ele chegar a ir pessoalmente ao trabalho dela, mais de uma vez, para eles reatarem.

Não satisfeito, ainda de acordo com o depoimento da mulher, Thiago dizia supostamente que iria se matar caso a vítima o deixasse. Para isso, chegou a mandar fotos com uma corda no pescoço indicando que iria cometer suicídio.

O relacionamento durou dois anos e, cansada da chantagem e tortura, a vítima relatou ter saído com a própria roupa do corpo da casa onde os dois estavam vivendo e procurou a DECCM.

Já com amigos e colegas de trabalho, Thiago supostamente também estaria com a fama de “enrolado financeiramente”. Isso porque, aproveitando as amizades, ele já teria usado cartões de crédito e dinheiro emprestado e nunca mais pagou.

Um desses colegas relatou à reportagem do Expresso AM que trabalhou numa loja de celular, que já fechou, Thiago costumava ir ao local desviar aparelhos com a ajuda de um comparsa, que era funcionário do local, dando um prejuízo de R$ 70 mil.

Em um áudio, outro ex-colega de trabalho de Thiago faz um alerta e comenta sobre o comportamento problemático dele. “Thiago doido, vulgo mentiroso. Me deve, deve todo mundo, mentiroso. Um dia ele até me mandou uma mensagem porque me viu dançando com uma colega em comum e disse que já comeu ela. Não quero saber, quero que ele me pague”, diz o rapaz, aborrecido, ressaltando que o homem supostamente age depois como se não estivesse devendo.

Enquanto os inquéritos são investigados, as vítimas acreditam que não vão mais reaver o dinheiro que emprestaram e agora alertam entre os amigos e conhecidos em comum sobre a prática.

A versão do suspeito

Questionado, Thiago Oliveira negou as denúncias das vítimas e disse que as desconhecia. Ele afirma ter tido o celular hackeado e que o ladrão passou a enviar mensagens para seus conhecidos fazendo chantagens e pedindo dinheiro.

“Os fraudadores entraram em contato com pessoas do meu círculo social, mandando mensagens, falando que estava devendo um agiota e precisava de dinheiro emprestado”, explicou.

No entanto, a versão das supostas vítimas contraria a versão apresentada pelo suspeito, principalmente porque os supostos golpes foram dados em épocas e anos diferentes.

Como os inquéritos policiais são confidenciais, a reportagem não conseguiu mais informações acerca das investigações, que ainda prosseguem.

Colaboração para o Expresso AM, em Manaus:

This website uses cookies.