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‘Somos obrigados a aceitar acordos, coagidos’, denuncia advogada após audiência contra banco em Manaus

Cristiane Quirino denunciou o caso nas redes sociais. Foto: Reprodução

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MANAUS (AM) – A advogada Cristiane Quirino denunciou nas redes sociais, nesta quinta-feira (28), que participou de uma audiência onde ela e os colegas foram “coagidos” a aceitarem acordos contra um banco. O fato ocorreu no Fórum Azarias Menescal, na avenida Autaz Mirim, bairro Jorge Teixeira, Zona Leste.

Segundo a profissional, especialista em direito bancário e do consumidor, a audiência estava marcada desde às 8h e ocorreu com muito atraso, só às 11h20. Além disso, seria impossível atender a todos quando de repente todos os advogados presentes foram chamados.

“Nós fomos intimados, convocados para a sala da assessoria, para falarem que nós estávamos participando de um mutirão. Ressalto que eram 44 audiências em duas salas, em horário impossível de atender todo mundo”, iniciou ela, que diz que os advogados foram até o local para receberem orientações.

“Fomos orientados a aceitar os acordos propostos pelo banco porque senão nós seríamos mal vistos diante do que eles estão chamando de combater a ‘advocacia predatória’. E essa proposta de acordo é justamente pra mitigar esse tipo de conduta”, disse ela, sobre o que foi falado na reunião.

De acordo com Cristiane, a partir disso eles foram coagidos. “Nós fomos obrigados, coagidos, como deixou bem claro a assessora da juíza da 16ª Vara do JEC (Juizado Especial Cível) de que se nós não aceitássemos, ficaríamos mal vistos. Dizendo que, se a gente não aceitasse acordo, a gente ia perder o processo no final”, alegou.

A advogada criticou ainda a Ordem dos Advogados do Brasil seccional Amazonas, que de acordo com ela tentou ser contatado e não deu retorno. “A gente liga pra OAB e só tem atenção quando alguém é xingado, leva um tiro”.

Segundo Cristiane, muitos bancos vêm contando com a “conivência geral” e que no final os clientes saem no prejuízo. “Aí o juiz dá um valor ínfimo de dano moral pro cliente, que teve todo um custo. Por isso essas situações são corriqueiras porque sempre tem alguém passando a mão e o consumidor vem sendo punido”.

A advogada criticou ainda a advocacia predatória, que é quando é ajuizado ações em massa, geralmente em face de bancos e cartões de crédito, com utilização de petições padronizadas e genéricas, mas informou que todos os advogados foram tratados como “genéricos”, sem entenderem as causas que defendiam e darem o direito de defesa.

A OAB-AM ainda não se manifestou sobre as alegações da advogada.

Colaboração para o Expresso AM, em Manaus:

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