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Seriado ‘Chaves’ completa 45 anos nesta segunda-feira

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São Paulo –  Na sexta-feira passada, despertávamos com a notícia da morte de um dos nomes mais emblemáticos da televisão mexicana, o ator Rubén Aguirre, que encarnava o Professor Girafales no famoso programa infantil Chaves.

Nesta segunda, apenas três dias depois, o Google quis homenagear o programa televisivo mais querido de toda a América Latina com um de seus famosos doodles (imagens que o buscador coloca no lugar do seu logotipo para comemorar nascimentos, eventos, etc.). Neste 20 de junho completam-se 45 anos da primeira exibição de Chaves(El Chavo del Ocho, em espanhol), e gerações guardam na memória Quico, Chiquinha, nosso querido Chaves e, agora mais do que nunca, o Professor Girafales.

Produzida pela Televisão Independente do México (mais tarde chamada Televisa) e protagonizada pelo adorável Roberto Gómez Bolaños, conhecido como Chespirito (que morreu em novembro de 2014), a série rapidamente conquistou um espaço no coração das crianças.

O programa mostrava as aventuras de um grupo de crianças (interpretadas por adultos) numa vila mexicana. O protagonista, Chaves, era um menino órfão, que morava num barril no pátio e vivia aprontando na companhia dos amigos Quico (interpretado por Carlos Villagrán) e Chiquinha (María Antonieta de las Neves). Essas travessuras sempre terminavam enlouquecendo os adultos, como Seu Madruga (Ramón Valdés) e Dona Florinda (Florinda Meza).

Apesar do que possa parecer, inicialmente seu criador, Gómez Bolaños, considerou que o público-alvo de Chaves não seriam as crianças, e sim os adultos. Entretanto, o programa logo se tornou um fenômeno para todas as idades, e em 1973 já era exibido em vários países da América Latina, com altos índices de audiência. Estima-se que, em 1975, mais de 350 milhões de telespectadores tenham visto cada episódio.

Como todo programa de sucesso, não esteve isento de algumas polêmicas. Em 1978, Carlos Villagrán abandonou a série por causa de um conflito com Gómez Bolaños sobre a autoria do personagem Quico. E em 1979 foi Ramón Valdés quem decidiu deixar o programa, para voltar um ano depois –e não por muito tempo, já que o último episódio de Chaves como programa autônomo foi ao ar em 1º. de janeiro de 1980, apesar de ter continuado como um quadro do programa Chespirito até 12 de junho de 1992.

Apesar de extinta há 24 anos, continuou sendo reprisada em diversos países até hoje (no Brasil, é presença constante na grade de programação do SBT). Mas, além da série original, o universo de Chaves gerou alguns subprodutos: Chaves em Desenho Animado, também produzido pela Televisa, no ar desde 2006; o livroDiário do Chaves, escrito pelo próprio Gómez Bolaños e lançado em 1995; o musical El Chavo Animado: Show en Vivo, que estreou em 2010; e um videogame para Wii, comercializado desde 2012.

Com bordões como “Ninguém tem paciência comigo”, “Tá bom, mas não se irrite!” e a mítica “Foi sem querer querendo”, Chaves entrou há 45 anos nos nossos corações, e até hoje continua sendo uma referência cultural para mais de uma geração.

Confira algumas curiosidades

1 — O primeiro episódio de Chaves, que no início era apenas um quadro do programa “Chespirito”, foi ao ar no dia 20 de junho de 1971. Chespirito era o apelido do ator Roberto Bolaños (Chaves).

2 — A personagem de Angelines Fernández, a Bruxa do 71, era assim chamada pois começou a trabalhar em 1971 com Roberto Bolaños. Foi esse também o motivo da escolha do número de seu apartamento, para que o apelido fizesse sentido. A atriz faleceu em 1994.

3 — No México, o nome de Chaves era “El Chavo del Ocho”. Isso porque inicialmente o programa passava no canal 8, que, mais tarde, mudou de frequência e virou canal 9. O nome passou a ser justificado dentro da série pelo número do apartamento em que Chaves morava.

4 — Na história, o barril é apenas um esconderijo, e ele divide o apartamento com alguém que não apareceu em nenhum episódio (a porta do apartamento nunca chegou a aparecer também).

5 — O nome verdadeiro de Chaves nunca foi revelado, pois todas as vezes que ele tentava falar era interrompido (o apelido original “El Chavo” pode ser traduzido livremente como “O Menino”).

6 — Chaves ama sanduíches de presunto, mas aparece comendo apenas duas vezes essa iguaria na série.

7 — Maria Antonieta de las Nieves (Chiquinha) ficou grávida em 1974 e por isso se afastou da série. Nos episódios em que a personagem não estava presente, a desculpa dada na trama era que ela tinha ido morar com as tias no interior.

8 — Interpretada por Florinda Meza, Popis foi uma das personagens inseridas para cobrir o desfalque ocasionado pelo afastamento de Maria de las Nieves (Chiquinha) e no início tinha a voz fanha. Um homem disse a Bolaños que não iria mais ver a série porque seu filho tinha esse problema e as outras crianças começaram a tirar sarro dele na escola. Popis sumiu por um tempo e voltou reformulada, com a voz normal. Na versão brasileira, o contrário aconteceu: no início ela não era fanha, mas nos episódios seguintes passou a ser.

9 — Carlos Villagrán (Quico) recebeu uma proposta para trabalhar em um seriado na Venezuela. Os últimos episódios nos quais ele estava presente são os de Acapulco. A justificativa dada para a saída dele no programa era a de que Quico iria morar com uma madrinha.

10 — O sr. Barriga mora na Rua Baleia, esquina com a rua Cachalote, na vila dos Elefantes.

11 — Edgar Vivar (sr. Barriga) antes de ser ator era médico.

12 — Florinda, além de formar um casal com Girafales (Rubén Aguirre Fuentes) na ficção e ter começado a namorar com Bolaños (Chaves) em 1978, antes disso também teve um romance com Carlos Villagrán (Quico). Boatos dizem que é por isso que os dois (Bollaños e Villagrán) ficaram afastados por muitos anos.

13 — Tagamandápio, cidade sempre citada pelo carteiro Jaiminho, realmente existe. É um pequeno município localizado no noroeste do estado Michoacán, no México. Em 2012, foi inaugurada na cidade uma estátua em homenagem ao personagem que sempre queria evitar a fadiga.

14 — O ator que interpretava Godinez era o irmão de Roberto Bolaños, Horácio Bolaños, que faleceu vítima de infarto em 1999.

15 — A icônica música que toca durante o encontro entre Dona Florinda e Professor Girafales na versão dublada para o português é inspirada no tema musical do filme “E o Vento Levou” (Tara’s Them

16 — Em 1995, após Bolaños (Chaves) se esquecer de renovar os direitos da personagem Chiquinha, Maria Antonieta de las Nieves passou a possuí-los. Por isso novas obras, como o desenho animado do Chaves, por exemplo, não contêm a personagem.

17 — As últimas palavras ditas de Ramón Valdez (Seu Madruga) para Edgar Vivar (sr. Barriga) foram: “Viu? Não paguei o aluguel!”.

18 — Carlos Villagrán (Quico) contou que quando foi visitar Ramón no hospital estava muito triste, e o ator que interpretava o Seu Madruga disse para ele se acalmar, pois eles iriam se encontrar “lá”. Carlos perguntou se iriam se encontrar no céu, e Ramón brincou: “Não, no inferno”.

19 — Angelines Fernández (Bruxa do 71), durante o funeral de Ramón Valdez, chorou por horas ao lado de seu caixão, recusando-se a sair dali.

20 — Carlos Villagrán não tinha que usar nenhum tipo de enchimento nas bochechas. Ele as enchia de ar e falava ao mesmo tempo.

21 — A ideia do famoso “Ta ta ta ta ta” do Professor Girafales, segundo o ator Rubén Aguirre, vem de um professor de sua infância chamado Celayo Rodríguez.

22 — Outra famosa frase, dita por Chaves no episódio “Vamos ao Cinema”, na versão dublada em português no Brasil, era o “Teria sido melhor ver o filme do Pelé”. Já na versão original, a frase era: “Hubiera sido mejor haber ido a ver la Película El Chanfle” (Em uma tradução livre “Teria sido melhor ver o filme El Chanfle”). Este, no caso, era um filme de comédia dirigido por Enrique Segoviano (que também era diretor das produções de Chaves e Chapolin) e estrelado por Bolaños. O filme do Pelé, citado na dublagem, era “Os Trombadinhas”, no qual o ex-jogador atuava como ele mesmo.

 

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