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Ruas do centro de Manaus podem desabar durante enchente do rio Negro

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Manaus – Criadas no século 19 por ingleses para aterrar o igarapé Espírito Santo, as galerias pluviais do Centro de Manaus correm risco de desabar com as próximas enchentes do rio Negro, segundo o engenheiro da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), Orlando Holanda.

O especialista informou a problemática durante audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), ontem, que discutiu o destino do porto de São Raimundo, na Zona Oeste. De acordo com Holanda, durante o período da cheia do rio Negro, a pressão das águas fluviais impede a vazão da água da chuva, inundando as galerias e comprometendo as estruturas centenárias.

“Com a enchente, as galerias ficam obstruídas e não funcionam. A água é represada e fragiliza a estrutura da galeria”, afirmou o engenheiro.

Para minimizar os riscos, o superintendente defende que os projetos realizados no Centro de Manaus sejam integrados.

“Os projetos têm que ser integrados senão uma obra prejudica a outra”, disse Holanda. O alerta sobre o risco de desabamento das galerias centrais surgiu por conta do debate em torno destinação e obras no Porto de São Raimundo, tema central da Audiência.

O porto de São Raimundo, de acordo com o autor da Audiência, deputado Dermilson Chagas, está com instalações precárias e sem finalidade.

“O porto foi criado para uma demanda que hoje não existe mais. O espaço está subutilizado. A Manaus Moderna e no Porto de Manaus tem demandas muito grandes que poderiam ser divididas com o São Raimundo. Precisamos dar uma definição ao espaço, que está ocioso, e precisamos atender a sociedade, senão é mais um investimento sem finalidade” afirmou Dermilson.

O local, após a inauguração da Ponte Rio Negro, em outubro de 2011, perdeu sua principal finalidade: a travessia de balsas com passageiros de Manaus para o Cacau Pirêra, em Iranduba. No entanto, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) está formulando projeto para revitalização e reforma do porto.

O estudo, orçado em R$ 1,7 milhão, está em fase de estudos preliminares como topografia e batimetria. A previsão para a conclusão do projeto, de acordo com o coordenador geral da Administração das Hidrovias da Amazônia Ocidental do DNIT (Ahimoc), Luciano Moreira, o projeto deverá ser finalizado em 4 meses e o orçamento será pleiteado na Lei Orçamentária Anual (LOA) de2018, para realização das obras no período de 12 meses. Após as obras, não será cobrada nenhum tipo de taxa para a utilização do porto.

“O principal é a construção das estruturas navais: um cais flutuante para atender navegação regional de cargas e passageiros e a ponte de acesso ao cais flutuante. O retroporto, área em terra do porto, já existe e vai passar por readequação”, afirmou Moreira.

Plano Diretor

A utilização do Porto, com transporte de cargas, diverge do Plano Diretor de Manaus, e foi questionada na audiência. De acordo com o plano, o bairro São Raimundo faz parte do Setor Urbano 02, onde há restrição das atividades portuárias de carga. Segundo o coordenador da Ahimoc, Luciano Moreira, o veto é para diminuir o tráfego de veículos de cargas na área central de Manaus.

No entanto o DNIT defende que a carga a ser embarcada e desembarcada no Porto de São Raimundo é de caráter regional e não contêineres, o que não atrapalharia o trânsito no local. Como encaminhamento da audiência, o superintendente da Seminf, Orlando Holanda, se comprometeu a solucionar a divergência com o Plano Diretor.

Com informações da assessoria

Expressoam:

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