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Religiosos atacam clínica para impedir aborto em menina de 10 anos e atacam vítima: “assassina”

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PERNAMBUCO | Neste domingo (16), a ativista de extrema-direita Sara Winter publicou nas redes sociais o endereço do hospital onde estaria a criança de 10 anos, vítima de estupro no Espírito Santo, que acabou engravidando do próprio tio após uma série de abusos sexuais desde os 6 anos de idade.

A menina, que teve autorização da Justiça para realizar um aborto legal, precisou ser transferida do Espírito Santo para Pernambuco, após ter a cirurgia negada na capital capixaba.

Com isso, um grupo de fundamentalistas religiosos decidiu se reunir na frente do hospital pernambucano, protestando contra o aborto concedido à criança, na tentativa de impedir o procedimento. Entre os manifestantes estavam alguns parlamentares evangélicos, que gravaram vídeos com os manifestantes e postaram em suas redes sociais.

Eles estavam concentrados na frente do hospital desde o início da tarde, esperando a chegada da criança, impedindo que outras pessoas entrassem na unidade hospitalar. O grupo criou um tumulto ao tentar invadir o hospital e xingaram a criança, vítima de estupro, chamando-a de “assassina”. A polícia precisou intervir.

“Eles tentaram invadir o hospital, chegaram a quebrar a porta do hospital. Gritavam, chamando a menina de assassina, dizendo que ela tinha que gerar um feto causado por decorrentes estupros que vinha sofrendo há quatro anos. Estamos tentando salvaguardar o direito dessa criança de realizar o aborto legal, que é previsto em lei desde o código de 1940”, declarou Elisa Aníbal, advogada e integrante da Organização Grupo Curumim.

De acordo com o direto médico do CISAM, Olímpio Moraes, a criança já realizou a interrupção e passa bem. Ela segue internada para a finalização do procedimento de expulsão do feto. Ele afirma que nunca havia presenciado uma cena como essa.

“Eu acho que o ódio, a intolerância estão sendo impulsionadas nesse momento que estamos vivendo de negacionismo, de fundamentalismo, de fundamentalismo religioso”, disse o médico.

Expressoam:

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