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Radiologista morta por homem a quem deu carona juntava dinheiro para se casar, diz namorado

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São Paulo – Ainda em choque com a perda da namorada Kelly Cristina Cadamuro, de 22 anos, morta por um homem a quem dava carona após combinar o trajeto, de São José do Rio Preto (SP) a Itapagipe (MG) ,em um grupo do WhatsApp, Marcos Antônio da Silva, de 28 anos, disse ao G1, após o velório da jovem nesta sexta-feira (3), em Guapiaçu (SP), que os dois faziam planos de se casar e formar uma família. As informações são do G1.

O casal ganhou um terreno do pai de Marcos e já tinha feito compras para mobiliar a futura moradia. Marcos e Kelly namoravam há dois anos e meio.

“Estávamos tentando financiar uma casa. Na verdade, esse foi o primeiro mês que movimentamos a conta. Já tínhamos comprado colchão, cooktop. A princípio, a intenção era que a gente se mudasse para Minas Gerais, mas foi tudo interrompido”, desabafou Marcos em entrevista ao G1.

Marcos Antônio, namorado de Kelly Cadamuro, disse que tinham comprado os primeiros itens para a casa (Foto: Heloísa Casonato/G1)

Três suspeitos de envolvimento no crime foram presos em São José do Rio Preto. Um deles disse à polícia que entrou no grupo de mensagens para roubar e matar a jovem. O corpo dela foi encontrado na tarde de quinta (2), em um córrego entre as cidades de Frutal e Itapagipe, em Minas Gerais, e enterrado em Guapiaçu nesta sexta-feira.

Marcos conta que começou a conversar com Kelly pela internet e o primeiro encontro foi marcado em um restaurante de Rio Preto. “A conversa naquele dia foi divertida, lembro que eu não parava de sorrir. Percebi que havia encontrado a pessoa certa já pela maneira de ela pensar.”

Durante o velório, Danilo Albertoni, cunhado da vítima, lembrou com carinho da jovem e comentou que ela era uma menina bem próxima da família e sempre estava com a mãe e a irmã.

“Ela era alegre, extrovertida, gostava de passear e, não sei se isso é bom, mas confiava nas pessoas. Ela tinha muitos amigos, todo mundo está arrasado com a situação.”

A jovem já tinha terminado o curso de técnico em radiologia e estava fazendo estágio na área.

Corpo de Kelly Cadamuru foi levado do velório para o cemitério de Guapiaçu (Foto: Heloísa Casonato/G1)

O tio de Kelly, Adriano Barcelos Augusto, disse ao G1 que o casal era batalhador e a intenção era realmente de casar.

“Ela agia sempre no bem, era uma pessoa solícita, meiga, que acreditava no bem. Era dedicada no trabalho, fazia estágio em radiologia, trabalhava em uma oficina de óculos, pegava ‘freelas’ de maquiagem. Tudo isso com o objetivo de casar, assim como o Marcos. Ele também não desperdiçava trabalho, queria construir o futuro e batalhar pelo sonho de se casar. Nós estamos anestesiados”, afirma.

Marcos e Kelly namoravam há dois anos e meio (Foto: Reprodução/Facebook)

 

Caronas nas redes sociais

Familiares e amigos contaram que Kelly oferecia com frequência caronas pela internet. Era um jeito de reduzir os custos da viagem que fazia até Minas Gerais para ver o namorado.

A jovem postou mensagem em um grupo do WhatsApp no dia 29 de setembro, dizendo: “Vou de Rio Preto para Itapagipe quarta (01/11) às 18h”. Segundo a polícia, Jonathan Pereira do Prado respondeu à mensagem mostrando interesse na carona e disse que ia junto com a mulher para Minas Gerais, mas, depois, avisou Kelly que sua mulher tinha desistido e que iria sozinho.

Segundo a polícia, Jonathan confessou que entrou no grupo exclusivamente com a intenção de roubar e matar a jovem.

Jonathan Pereira do Prado estava foragido de penitenciária e confessou o latrocínio da jovem Kelly Cadamuro (Foto: Reprodução/TV TEM)

“O Jonathan entrou no WhatsApp e chamou a menina para a carona, disse que ia com a esposa. Mas ele premeditou o crime porque levou uma corda. Chegando perto de Itapagipe, ele cometeu o crime. Disse que foi aleatória a escolha da vítima, mas não acreditamos, porque ele entrou no grupo, esperou ela oferecer a carona, se fosse apenas para roubar o carro teria feito com outro”, afirma o delegado Fernando Vetorazo.

Jonathan estava foragido do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de São José do Rio Preto (SP) desde março deste ano e já responde por 8 crimes: furto, roubo, estelionato, extorsão, ameaça, lesão corporal, apropriação e uso de moeda falsa.

Em uma publicação no Facebook, em 25 de setembro, Kelly Cadamuro ofereceu carona de ida e volta de Rio Preto para Itapagipe, o mesmo trajeto que fez no dia do desaparecimento.

Márcio Rogério Angelino trabalhava com a jovem e confirmou que a prática era frequente e nunca havia dado problema.

“Ela já foi de carona, já deu carona, e nunca teve problema. A gente nunca teve informação de pessoas que tiveram problemas com carona também”, conta.

Kelly Cristina Cadamuro ofereceu carona em grupo de WhatsApp e foi encontrada morta (Foto: Reprodução/WhatsApp)

Namorado alertou jovem

O namorado da radiologista, chegou a demonstrar preocupação com a viagem, mandando mensagens no celular. Em uma delas, pediu para ela ter cuidado.

O engenheiro relatou que, durante as últimas mensagens trocadas com Kelly, na noite de quarta, a jovem escreveu, por volta de 18h35, que estava iniciando a viagem e que uma menina havia desistido da carona.
Conversa entre Kelly Cristina Cadamuro e o namorado Macos Antônio da Silva; Itapagipe, Frutal, Guapiaçu, MG, SP, WhatsApp (Foto: Marcos Antônio da Silva/Reprodução/Arquivo pessoal)

Já às 19h23, ela voltou a enviar notícias, comunicando que estava abastecendo o veículo. A última vez que Kelly acessou o aplicativo foi às 19h24.

Com informações G1 

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