X

Políticos envolvidos no esquema ‘Máfia dos Caixões’ estão fora da Câmara Municipal em 2021

ADVERTISEMENT

MANAUS – AM | Velhos nomes da política amazonense envolvidos no esquema ‘Máfia dos Caixões’ estão fora da Câmara Municipal este ano, após perderem as eleições municipais, realizadas em novembro de 2020.

Entre os nomes, estão os ex-secretários da antiga Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Semmasdh), como a ex-deputada federal Conceição Sampaio, e os vereadores Elias Emanuel e Dante Souza – todos do PSDB.

O esquema consistia em cobrar de empresários valores exorbitantes na compra de caixões destinados ao serviço SOS Funeral, oferecido pela prefeitura. Com a chegada da pandemia em Manaus, ainda no começo de 2020, o valor do serviço ficou ainda mais alto e, com isso, empresários decidiram denunciar o suborno.

Um dos empresários afirma, em áudio, que chegou a pagar cerca de R$ 100 mil no esquema de propina, que funcionava, pelo menos, desde 2017.

Além dos ex-secretários, o ex-diretor financeiro da  Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), Maronilson Barros Monteiro, conhecido como “Mauro”, também acabou investigado por cobrar propinas em faturas emitidas no fornecimento de urnas funerárias de serviço público e virou alvo da primeira fase da operação “Máfia dos Caixões”, deflagrada pela  Delegacia Especializada em Combate à Corrupção (Deccor), em Manaus. 

Relembre o caso

Um suposto esquema de pagamento de propina relacionado ao sistema funerário oferecido pela prefeitura de Manaus, o SOS Funeral, foi denunciado esta semana. Os serviços do SOS Funeral são destinados à população em situação de vulnerabilidade social e econômica. Porém, a suspeita da criação de uma rede de propina que estaria ocorrendo desde 2017. Na época, o titular da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Semmasdh), atual Semasc, era o vereador Elias Emanuel (PSDB).

No áudio, gravado em 2018, um dos empresários envolvidos no esquema de corrupção cita o atual vereador Elias Emanuel (PSDB) como sendo um ótimo articulista na negociação, e, mesmo com pagamento de propina, ele conseguia fechar negócio. “Na época que trabalhei com o Elias, eu não tinha problema. Ele sabia das coisas”, relatou por áudio um dos denunciantes, afirmando que o ex-secretário tinha conhecimento dos esquemas.

Com a saída de Elias Emanuel, quem assumiu o cargo na mesma secretaria foi o pastor e vereador Dante Souza (PSDB). O vereador Dante (PSDB) passou a pedir propinas tão elevadas, que os donos das funerárias resolveram denunciar. O empresário Adauto Victor da Costa reclama que está com várias urnas paradas e, para entregar, precisa pagar uma propina de valor altíssimo ao vereador. No outro áudio, Adauto afirma que já pagou mais de 100 mil reais à secretaria e acusa Dante de não cumprir com a parte dele. Lamenta que está no prejuízo e quebrado.

Após o sistema de saúde do estado colapsar e mais de 100 enterros serem realizados diariamente, o Sindicato das Empresas Funerárias do Estado do Amazonas (Sefeam) alertou que o estoque de caixões disponíveis é insuficiente para atender a grande procura.

No entanto, as denúncias revelam que a atual secretária da Semasc estaria supostamente “se livrando dos caixões em estoque” fazendo enterros deliberadamente, com urnas vazias, e dessa forma, fazendo novos empenhos para a compra de caixões, superfaturando com o preço nessa demanda.

Expressoam:

This website uses cookies.