MANAUS (AM) – Em uma decisão unânime da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), as condenações de Cleusimar Cardoso, Ademar Cardoso Neto, Verônica Seixas, Hatus Silveira, Sávio Pereira e Bruno Lima no “Caso Djidja” foram anuladas nesta segunda-feira (22). O processo, que investiga tráfico de drogas e associação criminosa por meio da seita “Pai, Mãe, Vida”, retornará à fase inicial devido a vício processual.
A relatora do caso, desembargadora Luiza Marques, acolheu os argumentos conjuntos da defesa e do Ministério Público do Estado, que apontaram irregularidade na inclusão de laudos periciais sobre as drogas apreendidas nos autos do processo. Esses documentos foram juntados tardiamente, impossibilitando o contraditório pela defesa.
Com a anulação, tornam-se sem efeito as penas de 10 anos, 11 meses e 8 dias de reclusão anteriormente impostas aos seis réus, incluindo a mãe, irmão e ex-namorado de Djidja Cardoso. A defesa solicitou que os clientes aguardem o novo julgamento em liberdade, mas o pleito foi negado pelo colegiado. Os advogados anunciaram que recorrerão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) por meio de Habeas Corpus para garantir a liberdade dos condenados durante a reapreciação do caso.
O caso Djidja Cardoso
Djidja Cardoso, de 32 anos, era ex-sinhazinha do boi Garantido e foi encontrada morta em casa, no bairro Cidade Nova, Zona Norte, no dia 28 de maio do ano passado. A suspeita é que ela sofreu uma overdose de cetamina, substância de uso veterinário usado por ela, a mãe, o irmão e os outros réus para a seita “Pai, Mãe, Vida”, que tinha como finalidade alcançar a plenitude espiritual e cura.
Após a morte da ex-sinhazinha, a Polícia Civil deflagrou operação e apreendeu diversos frascos do medicamento no salão de beleza da família.







