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Jovem autista tem 17 dentes extraídos sem consentimento em clínica de inclusão e reabilitação

A jovem sempre é sedada para os procedimentos e ia regularmente ao dentista. Foto: Reprodução

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BELÉM – Uma jovem autista de 17 anos, de Belém, foi submetida à extração de 17 dentes sem autorização da família durante um procedimento odontológico no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), no bairro do Telégrafo. O caso, classificado pelos familiares como “negligência médica grave”, provocou comoção e levou o governador Helder Barbalho a determinar o afastamento do profissional responsável e a abertura de investigação.

A jovem, diagnosticada com autismo grau 3 (nível mais severo), já realizava tratamentos odontológicos regulares no local, sempre sob sedação devido à sua agitação. Na última segunda-feira (16), a mãe a levou para uma simples restauração, mas o cenário mudou drasticamente.

“Minha irmã apontou um único dente com dor. Ela entrou para o procedimento, e minha mãe notou o vaivém de auxiliares na sala. Perguntou se estava tudo bem, e disseram que sim”, relatou a irmã da paciente. Só descobriram a extração múltipla quando tudo já havia terminado, já que a família foi impedida de continuar na sala com ela. O médico simplesmente informou: “Tivemos que extrair 17 dentes”.

A família questionou por que nenhum exame de imagem, como radiografia, foi realizado para avaliar a real necessidade das extrações.

“O próprio médico admitiu que o raio-X havia sido solicitado, mas não feito. Disse que “não era necessário. Se tivessem seguido o protocolo, minha irmã não teria passado por isso. É um absurdo!”, disse.

Além da falta de consentimento, o documento do procedimento mencionava apenas “restauração”, sem qualquer menção a extrações. Pior: ao serem confrontados, os profissionais disseram que “não era uma situação rara” e que estavam “acostumados a fazer isso com outras crianças”.

O caso foi registrado em Boletim de Ocorrência na Polícia Civil. Nas redes sociais, o governador Helder Barbalho classificou o episódio como “gravíssimo” e prometeu apuração rigorosa:

“Já determinei o afastamento do profissional e a apuração total dos fatos. Nossa prioridade é garantir apoio à jovem e à família, que sofreram uma violência inaceitável”.

Enquanto a investigação corre, a adolescente enfrenta as consequências físicas e emocionais do trauma. A família aguarda justiça.

 

Redação:

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