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Filha se casa no hospital para realizar último desejo do pai

Foto: Tainan Basile

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São Paulo| Uma história comovente aconteceu nos últimos dias do ano de 2019. Diagnosticado com um câncer de estômago, em menos de 24 horas, a filha mais velha do seu Rubens Cukier, de 65 anos, decidiu realizar o último desejo que o pai tinha: vê-la se casar, seguindo as tradições judaicas.

A psicóloga Paula Schuchmann Cukier, de 31 anos, e o engenheiro Daniel, de 40, realizaram sua união no dia 28 de dezembro no Hospital Albert Einsten, em São Paulo. O casamento realizado em tão pouco tempo, contou a ajuda da família, onde puderam contar a presença de uma fotógrafa, alianças e uma singela decoração.

“Na hora em que a gente se casou, ele estava sem dor. Esse foi o maior cuidado que eu poderia ter dado para ele no final da vida”, diz Paula, que atende pacientes oncológicos com cuidados paliativos (que visam amenizar a dor e o sofrimento de pacientes com doenças crônicas graves —justamente a situação em que seu pai estava), em entrevista para o site Universa.

Por dois anos, Rubens teve que ser internado várias vezes em decorrência do agravamento do câncer no estômago e que, logo após, atingiu o fígado. Segundo uma das filhas, Flavia Schuchmann Cukier, 26, conta que a última internação do pai parecia rotineira, o quadro dele piorou nos 30 dias seguintes. “Ele chegou a fazer três semanas de quimioterapia, mas os médicos disseram que não havia mais chance de cura. Minha mãe ficou todos os dias ao lado dele”, conta.

A última semana de dezembro foi a mais intensa para a família. No dia 28, Flavia viu o pai urrar de dor. “A dor não passava. Mandei uma mensagem no WhatsApp para que meus irmãos fossem visitá-lo. E Paula foi com o noivo, Daniel.” Paula e Daniel têm um relacionamento de nove anos. Rubens resolveu, naquele dia, falar para o genro que ficaria muito feliz com o casamento dos dois. “Ele chamou meu noivo para perto da cama e disse que não poderia morrer sem me ver casando”, diz Paula.

No mesmo dia, o casal criou um grupo no WhatsApp com o nome “Casamento Paula e Daniel” para anunciar a decisão e pedir ajuda para a organização da cerimônia. No dia seguinte, Paula e Daniel assinaram um contrato de convivência. “Como foi em cima da hora, não conseguimos achar um juiz”, diz a noiva. E trocaram alianças compradas na noite anterior. O noivo cumpriu o ritual de quebrar um copo, tradição dos casamentos judaicos.

Foto: Tainan Basile

Após a celebração, por decisão dos filhos e da esposa, Ana Neide, 60 anos, Rubens foi sedado. Ele morreu na madrugada do dia 31. “Ao morrer dois dias depois do casamento, ele deixou de estar ao meu lado para estar dentro de mim. O casamento foi o maior momento de amor que a gente pôde vivenciar com ele”, conta Paula.

Expressoam:

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