MANAUS (AM) – A Justiça do Amazonas deu um novo passo no processo que investiga a atuação da educadora física Sophia Livas de Morais Almeida, acusada de exercer ilegalmente a medicina em Manaus. A 5.ª Vara Criminal da Comarca da capital realizou, na última sexta-feira (10), a audiência de instrução, fase em que são colhidos depoimentos de vítimas, testemunhas e da própria ré antes da sentença.
A sessão realizada por videoconferência foi conduzida pela juíza Aline Kelly Ribeiro Marcovicz Lins, que indeferiu o pedido de revogação da prisão preventiva, mantendo Sophia Livas detida. Segundo a magistrada, ainda há riscos processuais e à ordem pública que justificam a continuidade da custódia, especialmente diante da gravidade das acusações e do impacto social do caso
Durante a audiência, vítimas relataram suas experiências com a suposta profissional de saúde. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), entre os anos de 2023 e 2025, Sophia teria atendido diversos pacientes sem possuir formação em medicina ou registro no Conselho Regional de Medicina (CRM). Ela atendeu crianças e dava esperança de cura em casos gravíssimos.
A audiência de instrução é considerada uma das etapas mais importantes do processo penal, pois nela o juiz tem contato direto com os depoimentos e demais evidências. Após essa fase, o Ministério Público e a defesa apresentam suas alegações finais, e o caso segue para sentença, quando será decidido se a acusada será condenada ou absolvida.
Sophia Livas de Morais Almeida foi presa em maio deste ano durante a “Operação Azoth”, deflagrada pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM). A suspeita, que se apresentava como médica sem possuir formação ou habilitação, foi localizada em uma academia na capital. A prisão é resultado de investigações conduzidas pelo 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) e representa um desdobramento de outra operação recente que também identificou um falso médico atuando ilegalmente.
A mulher também afirmava falsamente ser sobrinha do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante). Porém, em nota oficial emitida na época, a prefeitura de Manaus se manifestou negando a informação.