AMAZONAS – Jucimar Fonseca da Silva, ex-vereador de Manacapuru, no Amazonas, está entre os alvos da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que investiga um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo informações do site Intercept Brasil, o esquema teria movimentado mais de R$ 6 bilhões entre 2018 e 2024.
Jucimar ocupava o cargo de coordenador-geral de pagamentos do INSS e teria liberado transações em massa suspeitas. Em 2022, ele assinou o parecer que isentou a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer) de responsabilidade, após suspeitas de que a entidade aplicava descontos em benefícios com autorizações irregulares. O parecer favoreceu a retomada de repasses à Conafer, que havia incluído descontos em mais de 95 mil benefícios em apenas quatro meses.
Com carreira iniciada como policial militar, Jucimar foi eleito vereador de Manacapuru em 2012 pelo PR (atual PL). Ele também foi candidato a deputado estadual em 2014 e tentou nova eleição como vereador em 2016, sem sucesso. Entre 2017 e 2018, presidiu o fundo previdenciário municipal Funprevim, tendo as contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), com recursos pendentes de análise.
A operação da PF resultou no afastamento de seis servidores do INSS, incluindo o então presidente do órgão, Alessandro Stefanutto. Foram afastados ainda o diretor de Benefícios, Vanderlei Santos; o coordenador de Suporte ao Atendimento, Geovani Spiecker; o procurador-geral do INSS, Virgílio Filho; um agente da Polícia Federal; e o próprio Jucimar.
A ação mobilizou 700 policiais federais e 80 servidores da Controladoria-Geral da União (CGU), que cumpriram 211 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão em 13 estados.
Em meio às investigações, o então ministro da Previdência, Carlos Lupi, deixou o cargo em 2 de maio, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lupi afirmou que sua decisão não tem relação com a operação, já que seu nome não foi citado nas apurações. O ex-deputado federal Wolney Queiroz, até então secretário-executivo da pasta, assumiu o ministério.