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    Categories: Política

Dois deputados retiram assinaturas e CPI para apurar esquema de fraude na Afeam é arquivada

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Manaus – A mesa diretora da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) arquivou o pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o investimento de R$ 20 milhões da Agência de Fomento do Amazonas (Afeam) na empresa de segurança Transexpert, do Rio de Janeiro, acusada pelo Ministério Público Federal (MPF) de servir para lavagem de dinheiro em esquemas de desvio de recursos públicos envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral.

decisão foi anunciada na manhã desta quinta-feira (16), pelo presidente da ALE, David Almeida (PROS), que, na semana passada, havia prometido que as CPI seria instalada. “Eu não vejo problema nenhum em fazer a investigação, tanto é que, até quinta-feira, eu pretendo instalar (a CPI), pedir a indicação dos líderes e fazer os ajustes em relação aos outros investimentos que foram feitos no passado para que se esclareça e apareça quem errou, quem desviou e que sejam punidos todos aqueles que não usaram o erário de forma republicana”, chegou a afirmar o presidente da ALE.

A decisão foi tomada após a retirada das assinaturas do requerimento para a CPI pelos deputados Platiny Soares (DEM) e Cabo Maciel (PR), ambos da base de apoio ao governador do Estado, José Melo (PROS). Os deputados Alessandra Campelo (PMDB), Bosco Saraiva (PSDB), José Ricardo (PT), Luiz Castro (Rede), Sinésio Campos (PT), Vicente Lopes (PMDB) e Wanderley Dallas (PMDB) mantiveram suas assinaturas no requerimento, mas o número não é mais suficiente para obrigar a Assembleia a instalar a CPI.

Rombo

Em seu último balancete, a Afeam incluiu ‘provisionamento para perdas do investimento no FIP Expert’, no item despesas não operacionais , no valor de R$ 25,5 milhões. Ou seja, a Afeam já se prepara para perder o dinheiro público investido, durante o governo José Melo, na empresa de transporte de valores Transexpert, suspeita de ser usada para a lavagem de dinheiro da corrupção de grupos políticos, entre eles o que envolve o ex-governador carioca Sérgio Cabral, preso por decisão da Justiça Federal por, segundo o Ministério Público Federal (MPF), desviar R$ 224 milhões dos cofres públicos.

De acordo com a reportagem, a Transexpert é suspeita de ser o caixa-forte da propina recebida pelo ex-governador, segundo denúncia do MPF. A investigação mostra que, em junho de 2015, um incêndio atingiu a sede da transportadora de valores, na zona portuária do Rio de Janeiro. O MPF suspeita que o grupo de Cabral tinha dinheiro guardado na Transexpert, e parte tenha sido queimada.

Na republicação do Balancete da Afeam, no Diário Oficial do Estado do dia 19 de dezembro do ano passado, uma nota técnica diz que a primeira publicação ‘apresentou insuficiência de informações no item Títulos e Valores Mobiliários’ e que, ‘em reunião da Assembleia Geral de Cotistas, em 7 de dezembro de 2016, o representante do acionista majoritário tomou ciência de que haveria a necessidade de se efetuar o provisionamento para perdas do investimento no FIP Expert, uma vez que a cota já apresentava valor negativo’.

A aplicação da Afeam no FIP Expert foi feita num momento em que José Melo anunciava cortes em todos os setores do Estado, principalmente, na Saúde e na retirada do tiquete-refeição dos servidores, para,  segundo ele, tentar economizar R$ 500 milhões por ano. A alegação, de acordo com o então diretor-presidente da Afeam, Evandor Geber Filho: um investimento numa empresa de transporte de valores, a  Trans expert, que estaria se instalando em Manaus.

A empresa nunca chegou a ser instalada na cidade. Em portaria de 8 de janeiro de 2016, a Polícia Federal (PF) resolveu suspender cautelarmente a autorização de funcionamento da empresa,  envolvida em uma série de irregularidades e descumprimento à legislação da segurança privada e à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). De acordo com Geber, a Afeam foi procurada pelos representantes do fundo para fazer uma aplicação. “Recebemos visitas do agente financeiro, conhecemos o gestor do fundo e o administrador, tudo com critério técnico do nosso comitê de crédito”, diz.

O rombo causado pela aplicação  também foi provisionado pelo Banco BNY Mellon, administrador do Expert Valores Fundo de Investimento em Participações (FIP Expert), ao incluir perdas de R$ 26,1 milhões, no trimestre contábil, encerrado em 26 de outubro, apenas seis dias  antes da Afeam publicar o primeiro balancete que não incluiu o prejuízo consolidado  com a  aplicação no fundo.

Com informações D24am.

Expressoam:

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