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Desempregado consegue vaga após pedir trabalho com cartaz no semáforo

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Manaus –  O estudante Pyerk Lima, 24, que na última quinta-feira segurou por algumas horas cartaz com um pedido de emprego, na avenida Constantino Nery, Zona Centro-Sul, recebeu ao menos 40 ligações de pessoas interessadas em ajudá-lo. Ele tem entrevista agendada para hoje, outras para a próxima segunda-feira e o telefone dele não para de tocar com outras pessoas pedindo que ele envie seu currículo.

Ele revelou que não imaginava tamanha repercussão. “São tantas as pessoas me desejando boa sorte, querendo ajudar, pedindo que eu envie meu currículo e marcando entrevistas, que eu nem acredito no que está acontecendo”, disse.

Ele relatou que ficou surpreso com a resposta positiva que recebeu das pessoas enquanto estava expondo o cartaz em frente à Arena Amazônia. Teve algumas pesssoas que quiseram doar dinheiro, mas Pyerk recusou. O que ele quer mesmo é um trabalho. “As pessoas passavam por mim e me falavam palavras de conforto. Alguns também se ofereceram em pegar meu currículo”, lembrou.

O estudante está desempregado há quase um ano e neste período tem sobrevivido com a ajuda da família e de alguns bicos que faz para o tio, que é dono de uma gráfica. Ele e a noiva, Ádria Regina, 17, moram de aluguel e o sonho do casal é poder ter as coisas em casa. “Nós tomamos café, almoçamos e jantamos na casa da minha tia, que mora a duas ruas. Ainda não temos fogão e geladeira em casa”, declarou.

Agora, o jovem está cheio de expectativa quanto a conseguir um emprego e a realizar seus sonhos. A prioridade, conforme ele, é terminar os estudos: faltam três matérias para concluir o ensino médio. Quer também fazer um curso de reciclagem de vigilância, sua área de atuação. “Tenho curso de vigilante, trabalhei na área, mas estou sem reciclagem, o que dificulta na busca de um emprego”, diz.

Pyerk conta que nunca tinha feito algo parecido, pois sua mãe sempre lhe deu tudo de melhor. Mas com a crise a situação mudou. “As coisas ficaram complicadas quando ela precisou sair de casa e ir morar com a minha vó. Agora a minha mãe vive com o dinheiro do aluguel e eu me mudei para morar com a minha noiva”, declarou.

Três horas e meia no sinal

O estudantedecidiu fazer um cartaz com a frase “precisa-se de  um emprego” e o número do seu telefone após tentar de todas as formas e não conseguir arrumar um emprego. “Bati em várias portas atrás de um emprego, mas não consegui nenhum. Numa atitude desesperadora, tive a ideia de fazer o cartaz e ir a um lugar onde houvesse bastante gente indo para o trabalho”, contou.

O jovem escolheu um semáforo próximo a Arena da Amazônia para expor seu material. Chegou ao local por volta de 6h da última quinta-feira e ficou até as 9h30. Depois foi para casa, no bairro Mutirão, Zona Norte. Quando chegou, já foi recebendo as ligações de pessoas querendo lhe ajudar. Graças a uma pessoa que, ao passar por ele, fez uma foto e postou nas redes sociais, gerando uma enorme repercussão positiva.

Em números

7.971 foi a quantidade vezes que a foto de Pyerk Lima segurando o cartaz “precisa-se de um emprego”  foi compartilhada nas redes sociais até as 17h de ontem.

Amazonas registra perda de  4,7 mil vagas

De janeiro a março deste ano, o Amazonas perdeu 4,7 mil empregos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho (MTE) divulgados na última quarta-feira. O setor mais afetado foi o comércio, com perda de 1.652 postos de trabalho, seguido de perto pela construção civil, com redução de 1.323 vagas. A indústria, apesar de ter demitido mais no mês de março, fecha o trimestre com 365 empregos a menos.

Em todo o País, a perda foi de 63.624 vagas formais de emprego em março. No trimestre, o Brasil registrou fechamento líquido de 64.378 empregos. Em março do ano passado, o saldo foi negativo em 118.776 vagas.

O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, negou que a queda do número de empregos formais no mês de março gera a sensação de frustração para o governo. “Não há frustração porque a comparação com 2016 mostra metade da perda de emprego. Vamos melhorando mês a mês e a perda de emprego vem reduzindo sistematicamente”, afirmou.

Nogueira  disse que a confiança continua no governo porque os números mostram que o ritmo de destruição de empregos é cada vez menor. “Em março de 2016, foram fechados 118,7 mil empregos. Agora, tivemos 64,6 mil empregos. O ritmo está menor. Não houve frustração e a expectativa positiva se mantém”, disse.

Questionado, ele rechaçou a avaliação de que pode ter havido comemoração precipitada em fevereiro, quando o dado do emprego foi anunciado no Planalto com a presença do presidente Temer. “Não houve comemoração precipitada em fevereiro, quando houve criação de empregos”.

Com informações Portal Acrítica.

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