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Dono do Baratão da Carne promove festa clandestina com atração nacional para comemorar aniversário do filho

Foto: Reprodução

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MANAUS – AM| Uma festa com música, bebida, centenas de convidados e a atração nacional FP do Trem Bala está causando revolta nas redes sociais dos amazonenses neste fim de semana. Ela foi patrocinada pelo dono do Baratão da Carne, o empresário Edilson Rufino, e entrou pela madrugada deste domingo (28). A festa era para comemorar o aniversário do filho do empresário, que este ano já causou polêmica ao lançar promoções e levar milhares de pessoas às suas lojas, mesmo na pandemia. Pelo decreto do Governo do Amazonas as festas continuam proibidas. O Amazonas segue enfrentando a pandemia, tentando se superar, com 345.336 casos de Covid e mais de 11 mil mortos. 

 Ao som do hit “Vamos Pra gaiola”, os participantes dançavam e brindavam na cidade onde uma variante surgiu justamente por conta da grande quantidade de circulação do vírus. Entre os convidados por se ver blogueiros, pessoas da alta sociedade e até gente que pediu doação de oxigênio durante a crise em Manaus.

Convidado eternizou a festa clandestina ao lado do empresário (à direita) dono do Baratão

A banda Forró Ideal também foi uma das atrações da festa realizada na mesma hora em que profissinais de Saúde nas unidades lutavam sem descanso para salvar vidas. O Amazonas bateu neste fim de semana à marca de 345.336 casos da doença. “Parabéns patrão”, postou um dos convidados ainda durante o mega evento. “Não é possível que as pessoas não caiam em si e parem de fazer festa enquanto muitos morrem em Manaus, no Amazonas e no Brasil”, escreve uma internauta.

As forças de Segurança estão nas ruas e qualquer festa clandestina pode ser denunciada pelo 190 da polícia.

AMAZONAS DAS FESTAS CLANDESTINAS 

Do dia 5 de janeiro até 7 de março deste ano, 580 pessoas acabaram detidas em festas clandestinas no Amazonas, de acordo com os dados são da SSP-AM (Secretaria de Segurança Pública).

Coari, Manacapuru e Iranduba entram nessa lista junto com Manaus. Os detidos assinam  Termo Circunstanciado de Ocorrência e são liberados. Mas os donos da festa podem responder na Justiça e serem condenados à multa.

O Artigo 268 do Código Penal Brasileiro prevê  detenção de um mês a um ano e multa para quem desrespeita decretos sanitários. 

FESTA DE RICOS E FAMOSOS PELO PAÍS 

A mania nacional de fazer festa não é privilégio dos ricos de Manaus. No começo do mês, a atriz Mariana Rios divulgou vídeo em que afirma que não estava fazendo festa, mas apenas cantando com amigos dentro  de casa, no Jardim Europa, na zona oeste de São Paulo, na noite de sexta-feira (5).

“Na noite da última sexta feira eu estava em casa com mais três amigos, conversando, ouvindo música e cantando no karaokê. Na minha casa não houve aglomeração e muito menos festa”, afirmou a atriz, como se fosse permitido aglomerar com os amigos e não chamar de festa.

Na época uma vizinha ligou para a polícia e disse que o filho do governador João Dória seria o dono da festa, o que não foi provado. 

O vídeo com a suposta festa do filho do governador foi compartilhado nas redes sociais e em aplicativos de mensagem. Uma mulher mostra a casa de Doria e é possível ouvir a música alta saindo do imóvel. “Aqui o filho dando festa em plena pandemia. Muito bem. Com música ao vivo, tá? Muito bem, parabéns. Ele fecha o país mas o filho tá dando uma festa aqui ó, do lado da casa dele. Legal, bem legal. A vida continua pra ele”, diz a mulher que fez o registro.

FESTAS EM FAMÍLIA SÃO UM PERIGO

Se as festas com centenas de convidados são um perigo, as de família também não fogem à regra.  “É muito fácil você se sentir seguro entre pessoas conhecidas e acabar relaxando nos cuidados, mas amigos ou inimigos, próximos ou distantes, todos somos humanos e podemos estar contaminados”, afirma o infectologista Renato Grinbaum, da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).

O médico conta que já viu alguns casos em que um grupo de pessoas se reuniu, com a ideia de que por não ter ninguém estranho estavam seguros e todas as pessoas acabaram se contaminando. Grinbaum lembra que, mesmo com todos os cuidados, não é possível garantir que as pessoas não irão se contaminar. “Toda vez que você encontra pessoas existe o risco, mas, com a abertura, as pessoas voltaram a se encontrar. Se você faz todas as medidas de prevenção, o risco não vai ser zero, mas vai diminuir.”

Charles Severiano:

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