O médico Douglas Sterzza Dias, de 28 anos, diagnosticado com coronavírus, perdeu sua avô e mãe, em apenas três dias para o novo coronavírus. A pandemia tomou conta da família e neste meio tempo, um tio de Douglas foi parar na UTI e outro começou a sentir os sintomas da doença. Em isolamento social, ele precisou sair de casa para enterrar a mãe, Rita de Cássia.
A avó Iracema, que havia caído, teve contato com os filhos infectados antes do diagnóstico, já que precisava de ajuda 24 horas por dia. Ao saber que a filha estava no hospital, Iracema teve várias complicações e uma deficiência de oxigênio no sangue (sintoma grave compatível com a Covid-19) e morreu pouco antes da filha Rita.
“Precisei escapar da quarentena para cuidar do sepultamento. Não queria que meu pai se expusesse. Ele é idoso e diabético”, contou o médico. “O corpo da minha mãe saiu do carro funerário direto para a cova. Fui a única testemunha. Eu ali, sem ter ninguém para abraçar e compartilhar minha dor. Peguei o carro e voltei para o meu isolamento.”
“Para minha família não foi uma gripezinha”, contou ao blog da Cristiane Segatto, do site Viva Bem. Residente em cirurgia vascular, Dias trabalha no Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e decidiu aguardar sua quarentena para voltar ao hospital.
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