MANAUS (AM) – O capitão Dilson Castro Pereira, da Polícia Militar do Amazonas, se envolveu numa saia-justa ao defender o café regional Naíza, localizado no bairro Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus. Ele retrucou um cliente insatisfeito, que também é policial militar, e tentou justificar os altos valores cobrados no estabelecimento em relação à qualidade dos produtos. A questão é que ninguém nem sabia que ele era proprietário do local.
Tudo começou após o tenente Osvaldo Lamek reclamar nas redes sociais do tamanho do X-Caboquinho, além do atendimento e do valor final do consumo, totalizando R$ 102, sendo R$ 31 apenas o sanduíche regional cujo o pão era metade da mão de uma pessoa e uma xícara de café com leite R$ 20. “O policial tenta denegrir minha imagem. Quero dizer, capitão, que eu não sabia que o café é teu. Até porque tá Café da Naíza e não café do capitão; e eu fui como cliente, não como policial militar”, explicou.
Logo após as críticas do tenente, outros consumidores concordaram com a opinião e também relataram suas experiências nada agradáveis, principalmente pela pouca quantidade de ingrediente e tamanho da tradicional comida manauara. No entanto, a situação chegou aos ouvidos do capitão, que resolveu “rasgar o verbo” contra o colega de farda e fazer insinuações.
“Eu tenho certeza que se ele quiser R$ 102 reais, ele consegue facinho, lá no trabalho que faz. Se você tem teto de vidro, você não pode tacar pedra. Qualquer dúvida aí, me manda mensagem aí que eu mando um pix de R$ 102 reais aí”, disse o capitão, ironizando.
Este não é o primeiro caso controverso envolvendo o oficial. Em maio do ano passado, durante uma operação contra o tráfico de drogas, ele foi acusado de agredir verbal e fisicamente uma jovem, a quem chamou de “noiada” e teria empurrado. O histórico do capitão, que atuava na 23º Companhia Interativa Comunitária (Cicom), na época, ressurge agora no meio da discussão pública sobre ética e conduta policial, usando a Polícia Militar.