MANAUS (AM) – O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) determinou a reabertura do inquérito que apura a morte do indígena Tadeo Kulina, após pedido da Defensoria Pública do Estado (DPE-AM). O promotor Flávio Mota Morais Silveira deu prazo de 90 dias para a Polícia Civil realizar novas diligências, incluindo laudos e oitivas de testemunhas.
Tadeo Kulina, indígena de recente contato do povo Madiha Kulina, foi encontrado morto em fevereiro de 2024 após desaparecer de uma maternidade pública onde acompanhava a esposa. Ele foi conduzido por policiais militares ao Hospital João Lúcio já desacordado, com sinais de agressão física, e morreu horas depois vítima de traumatismo craniano. O indígena morreu 1 dia antes de completar 34 anos.
A Polícia Civil havia concluído as investigações indicando morte acidental por queda, mas a Defensoria apresentou novas provas que contradizem esta versão. A ficha médica hospitalar, que não constava no inquérito original, registra que Tadeo chegou ao hospital com mãos e pés amarrados e múltiplos hematomas, além de sinais de tortura.
As investigações deverão esclarecer contradições entre depoimentos, incluindo o período em que Tadeo permaneceu na viatura policial e as circunstâncias das lesões que levaram à sua morte. O caso ganhou repercussão nacional após reportagem do podcast “Dois Mundos”, da Folha de S. Paulo, apontar elementos que não esclarecem o que de fato ocorreu.
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