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Após denúncia de abuso sexual contra ex-senador, família vive refugiada e com medo

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São Paulo – O jornal O Globo publicou uma matéria, que mostra o drama da família de duas crianças, de 6 e 9 anos, filhas do vaqueiro do ex-senador Manoel Alencar Neto, conhecido por Nezinho Alencar, 67 anos.

As famílias do vaqueiro e de seu irmão encontram sob proteção do Estado. “Eu nunca quis dinheiro. Não vou negar que apontei muitas vezes a espingarda para ele, mas sempre pensava em Deus e na vida da minha família, que ia se complicar se eu apertasse o gatilho. Só quero ele preso”, disse o vaqueiro.

Era Dia Mundial do Trabalho. Naquele 1º de Maio do ano passado, a sorte parecia acenar para o homem de 33 anos, que deixaria o serviço na ordenha do leite para ser vaqueiro na propriedade de um dos fazendeiros mais poderosos da região, ao norte de Tocantins. Rascunhado em duas folhas de papel, o contrato de trabalho se resumia ao trato de ganhar um bezerro a cada oito que vingassem.

Animado com a oportunidade, ele jamais poderia imaginar que sairia dali com escolta da Polícia Federal, depois de denunciar que o patrão, um ex-senador da República, abusou sexualmente de suas filhas, de 6 e 9 anos. Incluída em um programa governamental de proteção a testemunhas há menos de dois meses, a família vive agora refugiada com medo.
Ao todo, dez pessoas foram incluídas no programa de apoio a ameaçados: o vaqueiro com a mulher e três filhos, incluindo as duas vítimas do abuso, além do irmão dele, também com a mulher e três filhos. Os quatro adultos e as seis crianças experimentam, desde fevereiro, quando foram retirados da cidade onde moravam, uma rotina completamente oposta a de quem sempre viveu livre no campo.

Os passos são planejados. Ligações para parentes, só em horários determinados. Do que mais sentem falta, o vaqueiro fala da mãe, de 75 anos e com saúde debilitada. O irmão acrescenta que, muito provavelmente, eles não a verão mais.

Todo o sacrifício, porém, só valerá a pena, diz o vaqueiro, se Manoel Alencar Neto, conhecido por Nezinho Alencar, nome que usa na vida política, for preso. Ele conta que, para garantir a punição do fazendeiro de 66 anos, gravou, com um celular escondido numa árvore, as cenas de violência sexual sofrida pelas filhas.

O que pode parecer frieza para uns — ou armação, segundo a defesa de Nezinho — é apontada pelo pai das meninas como a única forma de fazer com que acreditassem nele.

 

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